Cidades
Sexta-Feira, 21 de Abril de 2017, 08h:09 | Atualizado: 21/04/2017, 08h:58
Mais de 300 são monitorados em MT devido a jogo suicida da Baleia Azul
Francis Amorim
De Barra do Garças
RDnews

10º Comando Regional da PM em Vila Rica fez ciclo de palestras de alerta aos riscos do Baleia Azul
A morte da adolescente Maria de Fátima, de 16 anos, moradora de Vila Rica (1.276 km de Cuiabá), acendeu o sinal de alerta de pais, professores e autoridades para um jogo até então desconhecido, mas mortal: o desafio da "Baleia Azul".
O jogo é disputado pelas redes sociais e entre os desafios aos adolescentes, está a sugestão de suicídio como etapa final. Em Mato Grosso, as autoridades policiais acreditam que a jovem tenha sido induzida a este fim pelo comportamento apresentado dias antes da tragédia.
Maria de Fátima foi encontrada morta nas profundezas de uma represa no bairro Inconfidentes, em Vila Rica, cuja suspeita tenha sido o cumprimento do desafio imposto pelo "Baleia Azul". Relatos da família, mensagens da própria vítima em uma carta e até mesmo a publicação de uma foto na rede social como a última, levaram a essa conclusão.
A Polícia Civil de Vila Rica instaurou inquérito que ainda não foi concluído e corre em segredo de Justiça, mas não descarta essa hipótese. Materialidade foi colhida pelo delegado André Rigonato para a conclusão final da peça investigatória, que deve ocorrer nos próximos dias.
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Desafio Blue Whale, ou em tradução, Baleia Azul, teve seus primeiros registros na Rússia, em 2015
Além desse caso, a Polícia Militar registrou outros onze casos, inclusive, um cuja jogadora já iria cumprir a etapa final, que seria tirar a própria vida. De acordo com o tenente-coronel Joel Outo Matos, comandante regional da PM em Vila Rica, um grupo de 345 pessoas, compostos por sua maioria de jovens entre 12, 16 e até 22 anos, está sendo monitorado por pertencer a uma rede social ligada ao jogo virtual.
Em virtude da grande repercussão do desafio da Baleia Azul, a Prefeitura de Cuiabá, por meio da secretaria municipal de Educação, começa a desenvolver ações de conscientização sobre a prevenção do suicídio nas escolas da rede municipal.
Desafio
O desafio Blue Whale, ou em tradução, Baleia Azul, teve seus primeiros registros na Rússia, em 2015, quando uma adolescente de 15 anos cumpriu a última etapa e pulou de um edifício e depois com um jovem de 14 anos que se atirou na frente de um trem. No Brasil, registros extraoficiais apontam para três casos, um em Minas Gerais, outro em Mato Grosso e o mais recente na Paraíba, embora haja suspeitas de outros.
O jogo virtual, aparentemente inocente, leva ao desafiante ao cumprimento de uma missão de 50 tarefas, entre elas, assistir filmes de terror, se automutilar, ficar doente e por fim, dar cabo a própria vida. Uma suposta "curadora" seria a responsável pela orientação dos jogadores.
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Psicóloga Eduarda Jacomini alerta para sinais do jogo da Baleia Azul
No ano passado, a preocupação aumentou quando fontes diversas chegaram a divulgar, sem confirmação, 130 suicídios supostamente vinculados a comunidades online identificadas como “grupos da morte”. Na Europa teve início uma campanha para identificar alunos com alguns cortes nos braços, queimaduras e sinais de mutilação.
Palestras
A suspeita do envolvimento da jovem de Vila Rica no desafio levou o 10º Comando Regional da PM, com sede naquela cidade, a lançar um ciclo de palestras educativas em onze municípios. Na primeira semana já foi possível chegar a onze jovens que estariam cumprindo as missões em Vila Rica, Confresa, Canabrava do Norte, Santa Terezinha e no distrito de Santo Antônio do Fontoura.
"Preocupados, os pais estão vindo até nós e expondo os problemas que estão vivendo dentro de casa. Na primeira palestra uma mãe relatou o que vinha ocorrendo com a filha de 15 anos e medidas foram tomadas junto à Polícia Civil. Outros casos foram surgindo e até o mais recente que foi o de uma jovem de 22 anos que se preparava para a última etapa, que seria tirar a vida", ressalta o comandante regional da PM, tenente-coronel Joel Outo.
Orientações
Para a psicóloga Eduarda Jacomini, o jogo da Baleia azul é preocupante. Segundo ela, esse jogo tem mobilizado pais, professores e profissionais sobre os riscos que apresenta aos jovens. "É importante pensarmos qual é o papel da família na observação, orientação e cuidados com as crianças e adolescentes, afim de identificar um possível sinal que este jovem está fazendo parte desse jogo".
A profissional explica que, inicialmente, é importante que as famílias compreendam que limites e regras são fundamentais na parentalidade de qualquer indivíduo em processo de formação; os genitores ou cuidadores, precisam estabelecer horários para uso de computadores, tablets e celulares. "O uso não pode ser excessivo, porque oferece uma série de riscos tanto para o desenvolvimento cognitivo, quanto aos processos de socialização", observa.
Redes sociais
A psicóloga orienta aos pais que é necessário também estar atento as redes sociais que esses jovens usam, como: WhatsApp, Facebook, Twitter, Instagram, Snapchat, entre outros. "As redes sociais estão recheadas de pessoas com vários objetivos, desde pedófilos, golpistas, a pessoas que incitam os jovens a acometerem contra a própria vida. Será que uma rede social é saudável para uma criança em processo de desenvolvimento, que ainda não adquiriu todos os valores sociais e morais? Com certeza não! Criança precisa de brincar, fazer amigos reais, e não virtuais", aconselha.
Atenção especial
Ainda de acordo com Eduarda Jacomini, um dos fatores importantes é que "os genitores e cuidadores precisam estar em constante atenção sobre o sofrimento psíquico dos jovens, se atentar a qualquer possível sinal de depressão, automutilação, ansiedade excessiva. É importante que se tire um tempo para conversar com os jovens, questionar sobre os aspectos da vida pessoal, da vida acadêmica, e da vida social, entre outros".
Galeria: Baleia Azul
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Comentários (1)
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dauzanades | Sexta-Feira, 21 de Abril de 2017, 16h2810
Não sou a favor deste absurdo jogo.Porém é muito fácil acabar com isto no Brasil. É só bloquear os sites dele. Mas acontece que no Brasil, precisa de uma grande trágédia, para que os políticos arranquem muito dinheiro, roubem e depois agem, sob as barbas da justiça. Só não fazem porque não querem, não tem outra desculpa, a não ser a tragédia sustenta o roubo na politica e as regalias do judiciário.
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