Judiciário
Quinta-Feira, 20 de Abril de 2017, 10h:25 | Atualizado: 20/04/2017, 10h:31
Mischur firma TAC e garante devolver R$ 500 mil para se esquivar de ação
Eduarda Fernandes
O empresário Willians Mischur, proprietário da Consignum, firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público Estadual, no qual se compromete a entregar R$ 500 mil e, em troca, não será processado nas eventuais ações por improbidade administrativa oriundas da Operação Sodoma. Trecho do documento foi divulgado pelo site MidiaNews.

Possivelmente no exterior, Willians Mischur posa para foto
Mischur foi preso em 11 de março de 2016, data em que foi deflagrada a Operação Sodoma 2. Na ocasião, agentes da Delegacia Fazendária encontraram aproximadamente R$ 1 milhão na residência do empresário.
Ele foi alvo de três mandados de buscas, cumpridos na empresa Consignum e em duas residências, uma localizada em um edifício no bairro Santa Rosa, e outro em uma casa no condomínio Náutico Portal das Águas, no Manso.
Essa fase da operação investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro, envolvendo a emissão de cheques por empresas que detinham contratos com o governo, à época em que César Zílio estava à frente da secretaria de Administração. Os valores foram aportados como parte do pagamento dos R$ 13 milhões relativos à aquisição de terreno na avenida Beira Rio, na Capital.
Segundo a decisão da juíza da 7ª Vara Criminal Selma Arruda que autorizou a deflagração da operação, 43 cheques suspeitos são alvos de investigação. Juntos, eles somam R$ 1,9 milhão. Agora, os agentes policiais tentam descobrir por que os cheques eram emitidos e repassados a Zílio. A suspeita é de que se tratava do pagamento de propina, pois a expedição dos pagamentos ocorria sempre em datas que alguma movimentação - empenho, aditivo e contrato - era publicada no Diário Oficial do Estado.
Mais de 80% dos cheques, equivalente a 35, foram expedidos por Mischur. Somados, eles chegam a R$ 1,2 milhão, tendo sido emitidos entre 10 de outubro de 2012 e 16 de agosto de 2013. A empresa detinha contrato com o governo desde 2008, sendo que, após o vencimento, houve um aditivo de 24 meses em março de 2011. Ou seja, período em que os cheques foram assinados por Mischur, que era apontado como pessoa ativa no esquema, posteriormente passou a ser considerado vítima.
Em depoimento, ele revelou que Zílio e seu sucessor na pasta, Pedro Elias, estavam em guerra pelo recebimento da propina mensal que pagava, no valor de R$ 500 mil. De acordo com o empresário, quando Zílio deixou a SAD para assumir a presidência da MT-PAR, continuou recebendo a propina. Entretanto, Pedro Elias começou a pressioná-lo para que o pagamento dos R$ 500 mil mensais fosse direcionado a ele.
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Comentários (3)
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sidnei | Sexta-Feira, 21 de Abril de 2017, 09h2600
sidnei, Há expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas. Queira, por gentileza, refazer o seu comentário
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eduardo | Quinta-Feira, 20 de Abril de 2017, 18h3040
E o "criminoso" devolve o que "roubou" e fica livre de "processo"!É o "descaminho da Justiça"!.....Codigo penal;na verdae tbem não serve pra nada...também,com certos magistrados corruptos! "Toca fogo no CODIGO PENAL"!!
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zeneide | Quinta-Feira, 20 de Abril de 2017, 16h2450
ORDINARIO AO EXTREMO COMO OS QUE PACTUAM COM ESSES EMPRESARIOS CORRUPTOS .. NOSSO PROPRIO ESTADO E JUSTIÇA.. VEERGONHA
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