Após investigar e cassar dois vereadores no ano passado (Ralf Leite e Lutero Ponce), a Câmara Municipal de Cuiabá deve fechar o cerco agora contra Totó Cesar (PRTB), que se efetivou na cadeira de parlamentar no lugar de Ralf. Totó está sob investigação. A dona-de-casa Janete Campos dos Santos denunciou o vereador no Ministério Público por receber, através da mãe, dinheiro do programa Bolsa Família por um período de ao menos cinco anos. A notícia caiu como uma bomba - veja aqui. Totó, por sua vez, contesta. Alega ser vítima de intriga política - confira aqui a versão do vereador.

   Fernando Ordakowski

Deucimar Silva, presidente da Câmara de Cuiabá, adianta que há possibilidade de abrir investigação contra Totó César (PRTB), a exemplo do que ocorreu com os vereadores cassados por quebra de decoro Lutero Ponce e Ralf Leite

   O presidente da Câmara, vereador Deucimar Silva, considerou a denúncia que já motivou a Polícia Federal a instaurar inquérito muito grave. "Se for confirmada, temos que tomar providências". Adianta que vai consultar a assessoria jurídica da Mesa Diretora para saber como se posicionar diante dos fatos. A tendência é que Totó enfrente uma Comissão de Ética, a exemplo do que aconteceu com o colega de partido Ralf Leite (PRTB), que teve a perda do mandato decretada em 2009, após se envolver em várias confusões. Lutero Ponce (PMDB), por sua vez, também foi cassado, mas por improbidade administrativa, corrupção e quebra de decoro parlamentar. Neste caso, o peemedebista enfrentou a investigação de uma Comissão Processante, pois era acusado de promover rombo milionário no Legislativo enquanto presidiu a Mesa. Numa decisão inédita, o Legislativo cuiabano tirou o mandato dos dois. No lugar de Lutero entrou Arnaldo Penha e, no de Ralf, o agora investigado Totó.

   Deucimar disse que logo após o Carnaval, entre quarta e quinta-feira, vai chamar Totó para conversar e saber qual é a versão oficial do colega parlamentar acerca da denúncia. "A Câmara jamais vai passar a mão na cabeça de quem quer que seja, porque temos atuado com transparência, mas precisamos receber documentos para avaliar se há consistência".

    Antônio Cesar da Silva, o Totó, reside no bairro Planalto. Sua votação (3.045 votos) em 2008 surpreendeu até mesmo os mais otimistas. Ele propagou o fato de ter feito campanha sem estrutura e "roubou" a cena no dia da posse, ao chegar na Câmara Municipal numa bicicleta, de terno e gravata, e acompanhado de vários assessores.

    As acusações podem custar o mandato do vereador do PRTB e levá-lo até para a cadeia. A PF vai apurar indícios de fraudes em documentos, falsidade ideológica e peculato. Na denúncia, Janete dos Santos, com quem o vereador teve um filho que hoje está com 15 anos, acusa Totó de se apropriar dos seus documentos e de três filhos com pretexto de fazer inscrição para ganhar um casa e acabou por usá-los para fazer cadastro no Bolsa Família, por meio da mãe Francisca Faustino da Silva, que ficou como titular do cartão. A fraude foi descoberta recentemente, quando Janete, que também havia feito cadastro, foi incluída no programa mas não conseguiu sacar o dinheiro devido o nome do filho A. C. S. S. já estar constando como dependente de Francisca.

A nova prefeita cacerense Eliene Liberato, que recebeu uma bomba de efeito retardado, disse que não tem outra saída senão promover uma reforma administrativa, com enxugamento de cargos e redução do quadro de pessoal, para se enquadrar no limite da lei fiscal.

Em mais um capítulo de uma relação política conflituosa entre os chefes dos palácios Paiaguás e Alencastro, Mauro Mendes e Emanuel Pinheiro divergem de novo, desta vez sobre as medidas restritivas para conter a segunda onda do Covid-19.

A Santa Casa de Misericórdia e Maternidade de Rondonópolis ingressou com uma representação na 1ª Promotoria de Justiça contra o prefeito Zé do Pátio. Propositalmente ou não, a prefeitura vem atrasando em demasia os repasses ao hospital de recursos estaduais e federais.

O 9º BEC terá mesmo sua sede transferida de Cuiabá para Sinop.

O ex-prefeito de dois mandatos de Cáceres, Francis Maris, propaga até hoje que deixou R$ 33 milhões em caixa. Ele só não comenta que esse dinheiro ficou carimbado e será insuficiente para cobrir tantos compromissos e dívidas milionárias.

Empresário, pecuarista, ex-prefeito de Itiquira e deputado pelo terceiro mandato, Ondanir Bortolini, o Nininho (PSD), abandonou o chapéu de palha que o acompanhou há anos nas sessões na Assembleia e nos eventos públicos.