Cidades
Quarta-Feira, 06 de Janeiro de 2021, 08h:48 | Atualizado: 06/01/2021, 15h:49
"Deus nos dê forças", diz pai de Rodrigo, há 21 dias do julgamento de Ledur - leia
Keka Werneck
Antônio Claro, pai do aluno bombeiro Rodrigo, que morreu em 2016, cinco dias após ter uma aula prática com a instrutora tenente Izadora Ledur na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, diz que ele e a esposa, Jane Claro, estão se preparando psicologicamente para o julgamento que se aproxima. Ledur responde por torturar o rapaz, dar vários caldos nele e humilhá-lo, frente aos colegas. Rodrigo passou mal na aula e foi parar no hospital, onde entrou em coma e permanceu na UTI até falecer.
Já se passaram 4 anos da morte e o caso ainda não está concluso.
"Deus continue nos dando força", postou Antônio, agoniado com a aproximação do julgamento marcado para o dia dia 27 deste mês às 13h na 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar.
Rodinei Crescêncio

Emocionados pai e mãe de Rodrigo Claro se abraçam na Lagoa Trevisan onde teve a aula instruída pela tenente Izadora Ledur, em que o rapaz passou mal
À mãe, Rodrigo contou, minutos antes da aula, que estava com medo, porque vinha se sentindo perseguido pela tenente. Como treinamentos são fundamentais para conseguir entrar na corporação, ele se preocupava em não passar no teste na água e ser excluído.
Para Antônio, o dia do julgamento "será tenso". Segundo ele, o casal, que é católico e tem outros dois filhos, se apega em Deus, para aguentar a espera do trâmite. "Precisou desse tempo até para ouvir com muito cuidado as testemunhas, mas hoje acreditamos que a equipe responsável pelo julgamento dela já tem provas e convicções suficientes para uma decisão". Ele continua dizendo que têm a expectativa de que a ré seja condenada por ter praticado crime de tortura "contra nosso filho". Porém, se a lei dos homens não a julgar, crê no julgamento espiritual.
Se a tenente for condenada, para eles, isso significa que não lutaram em vão e desejam que, dando o exemplo da punição, esse tipo de agressão em aulas militares não se repita. "O mínimo que poderíamos fazer em memória do nosso filho, diante de tantas barbaridades que fizeram com ele, é cobrar a responsabilização dela".
A mãe do rapaz se diz "arrasada". Os pais de Rodrigo enfrentam uma "mistura de ansiedade e tristeza".
Rodinei Crescêncio

Outro lado
Ledur alega que não houve excessos e que aulas treino para alunos militares são realmente puxadas, senão não se qualificam bem para o papel que devem desempenhar, ao serem incorporados na corporação.
Em março do ano passado, ela foi ouvida por 2h30 em audiência de instrução na Vara Militar. E disse na ocasião que Rodrigo era desequilibrado diante da água e um bombeiro não pode vacilar na hora de fazer o salvamento. Como ele vinha demonstrando essa dificuldade, ela focou no treino dele.
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Comentários (7)
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vasco | Quinta-Feira, 07 de Janeiro de 2021, 08h5212
nenhum ser humano tem que passar por tortura física ou mental para medir sua capacidade de trabalho,,,, se a corporação fosse etca com certeza ela seria julgado por júri cível e não por junta militar que deveria colocar sob julgamento com júri cível e pessoas como se realiza um júri no fórum criminal...
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Alex r | Quinta-Feira, 07 de Janeiro de 2021, 08h2022
Gostaria de saber de um profissional de ed física se o ato de levar uma pessoa ao limite de stress psicológico e físico de uma pessoa é bom pra ela... Na guerra isso se chamava tortura, treinamento é vc elevar aos poucos. A tenente agiu erroneamente e a corporação foi omissa e corporativa. O aluno veio a falecer pq não houve assistência ou sequer preocupação com seu estado pois tenho certeza que se fosse a ré no lugar do aluno a postura teria sido completamente diferente! Se fosse o aluno a dar "caldos" na Tenente qual seria a postura da Instituição? Inverter os papeis mostra que houve injustiça e negligencia!
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Paulo | Quarta-Feira, 06 de Janeiro de 2021, 23h4022
Ué? Se o julgamento ainda vai ocorrer por que o título está no passado? Cadê a editora ou o editor? Uma coisa (chata e vergonhosa) é a gente ver internautas que fugiram da escola postarem nas redes sociais sem saber a diferença de a e há, mas outra coisa (grave e triste) é ver um título de uma matéria citando "há" que se refere a passado onde o correto é "a," pois refere-se ao julgamento que ainda vai ocorrer. #Ficaadica
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Fernando | Quarta-Feira, 06 de Janeiro de 2021, 15h02610
É bom que se diga que o laudo da necrópsia emitido pelo IML, deixa claro que não há correlação da causa da morte com a atividade do curso. Quanto mais a mãe e o padrasto digam que querem ver a Tenente condenada, mais demonstram querer justiça a qualquer preço. Justiça a qualquer preço não é justiça, é vingança. Entendo a dor da perda, mas a "régua" que mede a lei é do ordenamento jurídico, não da vontade de cada um.
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Antonio | Quarta-Feira, 06 de Janeiro de 2021, 11h56117
Ledur agiu erradamente....o preparo físico se dá com o tempo ...não fazendo tortura em alunos ...se for inocentada ..que os julgadores carregam o sangue do aluno ..se for condenada pagará pelo que fez ...só duas coisas não voltará ao normal ..a vida do aluno e a dor dos pais !!
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Reinaldo Azmabuja | Quarta-Feira, 06 de Janeiro de 2021, 10h55716
Fatalidade! Isso foi o que aconteceu. O aluno se candidatou a vaga de um curso que assim como o de instituições policiais, tem a peculiaridade de colocar sua vida em risco para salvar os outro. Quem conhece da área sabe que os candidatos são colocados nos seus limites para conseguir dar uma resposta a altura. Nesse caso, o rapaz não morreu no treinamento, mas sim após ir para a sua casa e passar mal, se internado por uma patologia que pode ser pré-existente.
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Juca | Quarta-Feira, 06 de Janeiro de 2021, 10h15617
Na minha opinião, se houve excesso outros alunos também teriam sentido. Logo creio que tenha sido nada mais que uma fatalidade.
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