A péssima qualidade das estradas em Mato Grosso encarece o transporte dos grãos. São escoados por rodovia aproximadamente 90% das mais de 19 milhões toneladas de soja produzida no Estado. “Infelizmente, a transportadora não consegue absorver esses custos adicionais em decorrência da falta de infraestrutura das nossas rodovias e, automaticamente, acaba repassando aos fretes”, afirma o diretor da associação dos transportadores, Miguel Mendes, em entrevista ao Globo Rural.

   Um dos principais corredores de escoamento, a MT-130, entre Primavera do Leste a Rondonópolis, no sul do estado, é marcada pelos buracos. Uma operação foi iniciada para recuperar os piores trechos. Na BR-364 a situação também é crítica. Os caminhoneiros precisam cruzar a pista para não correr o risco de atolar. “O certo seria a reforma geral da BR. Arrancar o asfalto e colocar outro. Há muitos anos, a gente percorre em cima desse tapa-buraco e a gente vê que não resolve nada”, reclamou o caminhoneiro Elizandro de Souza Barboza.

   Segundo o produtor Ricardo Tonczik, de São José do Rio Claro, no médio norte do estado, o custo cobrado pela tonelada sai por R$ 250, em média. Em relação ao ano passado, o aumento foi de aproximadamente 6%. “Em função da maior projeção numa maior safra tanto de soja quanto de algodão do estado. E uma safrinha de milho que tende também a ser bastante grande. Então, a demanda por transporte esse ano será bastante grande”, prevê.

   Para levar o grão até os portos de Santos e Paranaguá, os caminhoneiros percorrem mais de dois mil quilômetros. Já os terminais ferroviários que ficam no sul do Mato Grosso ficam a cerca de 500 quilômetros. Em 2010, mais de 3,5 milhões de toneladas de soja foram transportados por trilhos.

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