Sirlei Theis
A corrente do bem
25/01/2021, 07h:40 - Atualizado: 25/01/2021, 07h:44
Arte/Dayanne Dallicani

O que o mundo espera de nós? A pergunta é simples, mas de um significado muito profundo, afinal o que de fato o mundo espera de nós. Que papel o mundo espera que cada um de nós desempenhe. O reino da possibilidade existe dentro de cada um. Você pode fazê-lo acontecer ou simplesmente ficar parado esperando as coisas acontecerem sem a sua participação. O mundo perfeito parece inacessível, mas se todos pensarmos dessa maneira que mundo teremos? Cabe a cada um fazer a sua parte e da melhor maneira possível, lutar com todas as forças, se esforçar ao máximo, sem isso não seremos nada e nada deixaremos.
Nestes tempos sombrios que vivemos ficou claro a importância de se deixar uma marca, um nome, um sonho e principalmente uma realização. No filme “A corrente do bem” um drama de 2000, uma ideia simples foi capaz de mudar o mundo do menino Trevor. Coisa que qualquer um de nós pensaria. Fazer um favor a alguém e este alguém faz um favor para outra pessoa criando uma corrente, a corrente do bem.
“O problema é que muitos de nós estão perdidos demais dentro de seus próprios mundinhos, não temos tempo nem para nós quem dirá para o outro que sequer conhecemos. Sim, a corrente do bem é feita de pequenos atos destinados a estranhos, pessoas que cruzam nosso caminho, quem sabe uma única vez na vida, tempo suficiente para que possamos exercitar esta premissa.”
Sirlei TheisE aí entramos em nosso pequeno mundo de 2021. Se passaram 21 anos desde que o filme fez milhões de pessoas refletirem sobre o assunto. Então aqui vai muito mais do que uma ideia, mas uma convocação. E se nós começássemos a nossa corrente do bem. Você ajuda uma pessoa que ajudará alguém e esse alguém mais outro e mais outro.
Me lembrou muito as apresentações de Marketing Multinível onde a fórmula é usada para mostrar o caminho da riqueza, mas quer riqueza maior que fazer o bem a alguém. Trevor fez o cálculo. Uma pessoa irá ajudar outras 3 pessoas que também irão ajudar mais 3, teremos então 13 pessoas envolvidas só no início da corrente. Esta multiplicação é poderosa e pode sim virar algo palpável. No mundo do MMN pode se traduzir em muitos $, mas em nosso dia a dia pode se tornar nosso maior bem.
O problema é que muitos de nós estão perdidos demais dentro de seus próprios mundinhos, não temos tempo nem para nós quem dirá para o outro que sequer conhecemos. Sim, a corrente do bem é feita de pequenos atos destinados a estranhos, pessoas que cruzam nosso caminho, quem sabe uma única vez na vida, tempo suficiente para que possamos exercitar esta premissa.
Achei de fato que a pandemia iria mudar tudo que acreditamos ser urgente nesta vida, que as pessoas iriam sim se voltar mais para as outras, mas na prática ainda temos um grande caminho para percorrer. Basta sair de casa para você perceber que no trânsito ainda estamos longe de sermos seres humanos excelentes, nas pistas ainda impera o individualismo. E se escolhermos este ambiente para iniciarmos nossa corrente do bem. Diminuir a velocidade nos cruzamentos, prestar atenção na faixa de pedestres, dar a preferência nas rotatórias, enfim, tornar o trânsito mais humano.
Se começarmos pelo trânsito podemos levar esta corrente para dentro de nossos trabalhos e de volta para nossas casas. Aos poucos vamos levar harmonia por onde quer que passemos e aí sim com certeza teremos um mundo melhor.
Para informação de todos o roteiro do filme “A corrente do bem” foi escrito por duas mulheres, Leslie Dixon e Catherine Ryan Hyde. Que o pensamento delas possa vencer o tempo e continuar produzindo mudanças em nossa sociedade. Que tenhamos forças para transformar ficção em realidade e tornarmos juntos este um lugar melhor para se viver.
Sirlei Theis é advogada, especialista em gestão pública, palestrante e treinadora comportamental e escreve com exclusividade para esta coluna às segundas. E-mail: sirleitheis@gmail.com. Instagram: @sirleitheis. Facebook: sirleitheisoficial