Na infância, não mexe aí, não faz isso, não faz aquilo. De não em não, chegamos na adolescência. Será que estávamos de fato certos e os muitos nãos, eram mesmo injustos? As incertezas nos lançam nesta fase, anos se passarão até que a gente comece a encontrar nos muitos conselhos e ensinamentos de nossos pais, a resposta para muitas de nossas perguntas. Na idade adulta então, acabamos lançando mão dessas muitas informações para construir nossa carreira, nossa vida pessoal e finalmente nossa família. É uma corrente, cada um fazendo sua parte. Se a receita for boa, ótimo. O problema é que pais feridos estão ferindo seus filhos. Traumas estão sendo transmitidos, geração após geração. Só quebrará a corrente aquele que quebrar os paradigmas, se abrir para o novo e o renovo. Eu fiz isso.

No início desse ano fiz um curso de Desenvolvimento Comportamental em São Paulo e logo no primeiro dia, no momento das apresentações, me chamou atenção que naquele grupo de 60 pessoas, havia 2 pastores e assim, como os demais participantes, também buscavam o autoconhecimento e ferramentas para aplicar no seu trabalho. Me encantou o desprendimento deles para inovar e, desde então, tenho pensado bastante sobre o quanto, ferramentas, como a neurolinguística e o Coaching, podem fazer a diferença dentro das igrejas. Muitas pessoas procuram a igreja quando estão passando por problemas e, esses, muitas vezes, são tão grandes que impedem que a pessoa tenha uma mente livre o suficiente para se relacionar intimamente com Deus. Em tempos tão difíceis toda ajuda será bem vinda. Precisamos de mentes livres, sem isso não vamos avançar enquanto raça.

No último dia 23 de agosto, estive no Rio de Janeiro no maior evento de desenvolvimento comportamental do Brasil, com a participação do maior treinador do mundo, Tony Robbins. Depois de anos desenvolvendo o autoconhecimento, inúmeros cursos na área, o que vivi nesse evento, foi acima da média. Saí transformada deste encontro com o Tonny Robins. Foi um encontro comigo mesma, consegui enxergar meu tamanho e entendi ainda mais a relação que tenho com Deus.

Resumo da ópera, o autoconhecimento é uma ferramenta imprescindível para se levar para dentro das igrejas, universidades e escolas, para assim podermos mudar crenças, preconceitos e discriminação, dentre outros. O futuro depende do que fizermos agora, e este talvez seja um caminho necessário para a nossa sociedade.

Atualmente, podemos observar que mesmo que tenha ocorrido a abolição dos escravos em 1.808 e que a discriminação racial, seja crime no Brasil, a discriminação e o preconceito em relação aos negros continuam, exatamente porque as leis foram criadas, mas não foi trabalhado a mudança de comportamento das pessoas e desta forma, essa questão cultural continua passando de geração para geração. As leis são criadas para combater o crime, mas não atingirão a sua finalidade se as pessoas não mudarem a forma de pensar sobre a questão.

Quando, as pessoas passam a se conhecer verdadeiramente, elas também darão oportunidade para conhecer melhor o outro. Fica muito mais fácil praticar a empatia e se colocar no lugar do outro quando paramos de reagir por impulso. O autoconhecimento também é uma ferramenta essencial em todo e qualquer tipo de relacionamento, que muitas vezes se desgasta porque as pessoas não conhecem a si mesmas e muito menos aos outros.

Pense nisso, você pode recomeçar a qualquer tempo. Correntes precisam ser quebradas e tudo pode depender única e exclusivamente de você. Invista no seu autoconhecimento, que poderá se surpreender, com a qualidade vida que terá.

Sirlei Theis é advogada, especialista em gestão pública, palestrante e treinadora comportamental e escreve com exclusividade para esta coluna às segundas. E-mail: sirleitheis@gmail.com. Instagram: @sirleitheis. Facebook: sirleitheisoficial