Coronavírus
Quinta-Feira, 14 de Janeiro de 2021, 11h:06 | Atualizado: 14/01/2021, 15h:34
Com vacina atrasada, secretário diz que volta às aulas é temerária - ouça íntegra
Keka Werneck, Andhressa Barbosa e Ana Flávia Corrêa
O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, que já contraiu o coronavírus duas vezes e sofreu com a Covid-19, disse que é contra o retorno às aulas presenciais na rede estadual, diante desta segunda onda da doença.
Após longa internação, na UTI em São Paulo, e correr risco de morte, ele voltou a trabalhar somente nesta segunda (11) e acha temerário, neste cenário de crescimento dos registros de contágio e mortes, aglomerar alunos, professores e funcionários em escolas, mesmo com esforço de garantir distanciamento social, uso de máscara e higienização com álcool em gel.
"Entendemos que, com o crescimento dos casos no Estado e da taxa de ocupação de UTI, é uma temeridade neste momento voltar às atividades presenciais, mas não queremos tomar decisão isolada", diz o secretário. "À luz dos dados epidemiológicos", ele entende que as aulas devem permanecer on-line.
Secom-MT

Ele explica que a decisão é do Governo e os prefeito devem se orientar por ela. "Eu, como secretário de Estado, entendo que por mais que o município não esteja neste momento enquadrado no quadro crítico, o indicador taxa de ocupação de UTI é primordial, porque pode este município ter necessidade de um leito de UTI e não vai ter para os demais, então temos que tomar uma decisão um pouco mais ampliada, com mais segurança, já que há a perspectiva de começar lá pelo dia 25 a vacinação e aí esse cenário pode ser alterado, mas sem vacinação, sem remédico específico para doença e sem leito suficiente é meio temeroso permitir a concentração nas escolas".
O secretário reforçou que o país está atrasado com o plano de vacinação embora veja esforço do Ministério da Saúde para agilizar a campanha de imunização. O governador Mauro Mendes (DEM) havia reclamado disso nesta quarta (13) em entrevista na rádio.
Figueiredo já adiantou que não haverá vacina suficiente para todos e terão de priorizar grupos de risco.
Haverá uma reunião ampliada hoje com Governo, Assembleia, Sintep e o Comitê de Operações Emergenciais (COE) e o Governo deve divulgar a qualquer momento a decisão tomada em ambiente colegiado sobre o retorno às aulas e vacinação.
Desde dezembro de 2020, foi registrado um aumento considerável nos casos de novo coronavírus em Mato Grosso. O Estado já acumula 194.113 casos da doença, além de 4.727 mortes. As aulas estão suspensas desde o início da pandemia, em março do ano passado.
Ouça a entrevista com o secretário
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Comentários (2)
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Rosi Tomba | Quinta-Feira, 14 de Janeiro de 2021, 12h5540
Se Lula fosse presidente ,estaríamos recebendo vacina desde dezembro. Bolsonaro além de inútil, é corrupto, e só se preocupa em blindar filhos também corruptos. Enquanto isso, morremos.
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Juca | Quinta-Feira, 14 de Janeiro de 2021, 11h4751
Pergunta que não quer calar. Cadê os hospitais de campanha e respiradores cobrados em Março de 2020? É falta de UTI? 10 meses se passaram. Dinheiro foi repassado pelo Governo Federal, cadê os hospitais de campanha e respiradores secretário?
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