Jayme defende Serys e prevê derrota de Abicalil ao Senado
O presidente do DEM no Estado, senador Jayme Campos, fez um longo discurso nesta quinta (6) em defesa da senadora Serys Marly (PT). Ele criticou duramente os membros do PT por não ter apoiado a pré-candidatura dela à senatória e ter referendado o nome do deputado federal Carlos Abicalil (PT)."Não tenho dúvida nenhuma de o povo de Mato Grosso está triste", declarou o senador. Empolgado, ele chegou a afirmar várias vezes em alto e bom som que o seu segundo voto nessas eleições seria destinado a Serys. "Primeiro votaria, sem medo de errar, para Antero Paes de Barros (PSDB) e o meu segundo voto com certeza iria para Serys".
Ele chegou, inclusive, a dizer que se a lei eleitoral permitisse, convidaria a petista para se filiar ao DEM e disputar a vaga de senadora pela sigla. "Pena que a lei não permite que você mude de partido para o DEM, pois seria a nossa candidata e tenho certeza que venceria". Na ótica do democrata, o PT está cometendo um grande erro e deve colher os resultados negativos nas urnas. "Quem vai perder é o PT. Quem vai perder é a ex-ministra Dilma Rousseff", analisou. Logo em seguida, Jayme explicou que a presidenciável não poderá defender em Mato Grosso que a mulher tenha mais espaço na política, já que o próprio PT "podou" o nome de uma mulher ao Senado. "Dificilmente o PT conseguirá ter um senador aqui após as eleições deste ano", analisou Jayme.
Em seguida, Serys subiu à tribuna para agradecer o colega mato-grossense. Lembrou que atuou em várias comissões com Jayme e que, apesar de terem algumas divergências, sempre trabalharam juntos. Depois, num discurso inflamado, Serys disse que chegaram a tramar a sua queda e chorou ao receber apoio de vários colegas de parlamento, que criticaram duramente a "exclusão" de seu nome da disputa.
Sem citar nomes, a petista reclamou do "jogo sujo" praticado pelo grupo opositor ao dela, numa referência a Carlos Abicalil. Ele saiu vitorioso após uma dura disputa interna, que cuminou um racha sem precedentes no partido em Mato Grosso. Hoje o PT está dividido. O grupo de Abicalil "fechou" com Silval Barbosa (PMDB), que tenta a reeleição. Já a ala que apoia Serys se articula para que a sigla componha com o empresário Mauro Mendes (PSB), também pré-candidato ao Paiaguás.
A guerra está declarada e, ao que parece, longe de terminar. "Seria eu hipócrita se não afirmar que motivados pela popularidade do Blairo Maggi (ex-governador e pré-candidato ao senado), esse grupo partiu em busca dessa vaga", alfinetou Serys. Ele disse que Abicalil tentou rasgar a história dela."Temo pela resposta que virá das urnas", discursou, em tom premonitório.
Por várias vezes, o discurso da petista foi interrompido por outros senadores como José Nery (PSOL - PA), que elogiou os trabalhos dela à frente de projetos que visam a reforma agrária, a luta contra trabalho escravo e a defesa dos direitos das empregadas domésticas. "Ainda a tempo de corrigir essa grave injustiça", pontuou. Além dele, Eduardo Suplicy (PT- SP) e Pedro Simon (PMDB - RS) também se pronunciaram. Simon chegou a dizer que vai encaminhar um ofício ao PT para manifestar apoio a Serys.
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