Taques quer Senado, mas adia saída do MP e escolha de partido
Com discurso de pré-candidato ao Senado, o procurador da República Pedro Taques posterga a saída do Ministério Público Federal e a filiação partidária. Ele tem até 4 de abril para definir a situação e deixar o MPF. Neste caso, perderá os 15 anos como procurador já que sairia “zerado”. “Hoje eu estou tranquilo e devo decidir até abril. Eu tenho que sair e não volto mais, entretanto, dinheiro não é tudo”, afirmou o procurador nesta sexta (5) na Rádio Cidade, em entrevista ao Programa Cidade Independente, apresentado por Edivaldo Ribeiro.
Taques salienta que muitas pessoas largaram tudo em busca de um sonho e que ele quer ser útil para Mato Grosso. “Dinheiro é importante, afinal, precisamos pagar escola, comer, mas não é tudo. Se eu decidir servir a Mato Grosso posso dar aulas”, afirmou, numa referência a hipótese de se exonerar e ser derrotado nas urnas. Confirma que tem conversado com vários políticos como Otaviano Pivetta, presidente estadual do PDT, e o deputado federal Valtenir Pereira, presidente do PSB. “Tenho conversado com muitas pessoas e quando eu decidir vocês saberão”, diz em tom misterioso. Além do PSB e PDT, ele é assediado pelo PPS, presidido por Percival Muniz, e pelo PSDB, comandado pela deputada federal Thelma de Oliveira.
Ainda segundo o procurador, o que o estimula a pensar na vida política é ser uma pessoa diferente. Ele afirma que não sabe ficar parado vendo as coisas acontecerem. “Tenho certeza que Severino Cavalcante está dentre nós. Assim, se aquele homem que presta não entrar na política, não vamos mudar o cenário. O que me preocupa é o silêncio do homem de bem”, avaliou.
Mesmo levantando a bandeira da “transformação” da política, Taques reconhece que os partidos são feitos de pessoas e que muitas delas cometem crimes, mas ressalta que é possível fazer política sem se comprometer com este tipo de coisa. “Não existe almoço de graça. Precisamos encontrar mecanismos para acabar com os favores”, reforça.
Por fim, disse que o maior problema da atualidade é a falta de propostas e que as coisas têm que ser pensadas de maneira macro porque os governantes saem do poder, mas o Estado e o país ficam. “O cidadão quer comprar pão com margarina e voltar para casa vivo e encontrar as suas coisas lá. Ele quer trabalhar, ter escola, saúde, coisas simples. Nada mirabolante”. Neste sentido, para que se tenham políticos melhores e um país mais desenvolvido, os governos têm que investir pesado em educação. “A educação nos dá consciência para que não sejamos besta. Educação forma cidadão”, reflete.
Clique no play e confira entrevista de Pedro Taques à Rádio Cidade