Mayke Toscano

Deputado estadual Allan Kardec (PDT) defende que a oposição não deve se pautar pelo denuncismo e sim apostar em ação "propositiva e inteligente"

Para o líder do PDT, o deputado estadual Allan Kardec, o partido se manterá na oposição na Câmara ao prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) no próximo mandato. Acredita que o vereador reeleito Lilo Pinheiro deve se aproximar de Edna Sampaio (PT) para compor uma frente de oposição que chamou de “propositiva e inteligente”, o que não teria sido feito por Abílio Júnior (Podemos) e Felipe Wellaton (CD) em seus mandatos. Allan, que estreou na política como vereador na Capital, defende que a oposição não deve se pautar somente em denuncismo.

“Não faremos parte do governo Emanuel Pinheiro e vamos fazer uma oposição propositiva e inteligente. Pretendemos fazer uma oposição diferente da que foi feita por Abílio, com esse agrupamento”, revelou o parlamentar em evento que marcou a retomada das obras do Hospital Julio Müller nesta terça (1º).

Avalia ainda que o perfil da vereadora eleita pelo PT deve se aproximar dos ideais de seu partido e que ela e Lilo podem compor junto uma frente de centro-esquerda.

“Lilo é um homem moderado e a Edna é muito inteligente, preparada. Espero que a gente monte uma frente de oposição propositiva com muita audiência pública, ida aos bairros, uma linha de fiscalização online, dados sobre aquisição de material, transmitindo isso via Câmara que tem condições de fazer muito mais em fiscalização. Não ficar naquela coisa de denuncismo”.

No primeiro turno, o PDT compôs chapa com Gisela Simona (Pros) indicando o Maestro Fabrício como vice. Já no segundo turno, liberou os membros para declarar apoio a Emanuel ou Abílio. “Não conseguimos o consenso, tentamos até o fim definir para algum dos lados, mas nosso vereador eleito, legitimamente, já tinha se posicionado do lado do Abílio. Nos últimos dois anos e meio o Lilo Pinheiro foi oposição ao Emanuel, foi presidente da CCJ cujo relatório fez parte do processo de retorno do Abílio na Câmara Municipal. Fez uma campanha junto à Gisela Simona, ao PDT, foi firme conosco, mas no segundo turno foram com ele parte do PDT”.

Segundo turno

Considera que a liberação foi positiva para a sigla, mesmo tendo maioria pedindo para ir com Emanuel. “O pensamento do PDT como estratégia nacional nos levaria ao apoio a Emanuel, que está com as forças de centro-esquerda em Cuiabá, que é onde o PDT se localiza”.

Sobre a reeleição, parabenizou a estratégia adotada pelo prefeito que passou ir aos embates com o adversário e, avalia, se deu melhor reduzindo a rejeição. “A estratégia que teve no segundo turno de ir para o debate, o enfrentamento, de fazer a mea culpa, mesmo que tardia, fez com que ele pudesse ganhar a eleição. E a rejeição ao discurso do Abílio, adotou um discurso mais radical, de extremo, isso foi rejeitado pela população”.

O maior desafio para o próximo mandato, para o deputado, é evitar que a polarização da campanha se mantenha nas ruas. “Acho que a maior tarefa do Emanuel é fazer com que Cuiabá volte a falar o mesmo idioma. Para não acontecer o que foi no país, com a vitória do Bolsonaro ele se manteve no palanque e a população brasileira está dividida até hoje. Espero que agora comece uma nova história em Cuiabá e o Emanuel possa refletir e acertar mais do que errar”.