Vicente de Souza

Neurilan Fraga,  da AMM, propõe  audiência pública em Vila Bela da Santissima Trindade 

O presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Neurilan Fraga (PL), solicitou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) o adiamento da eleição suplementar para prefeito em Torixoréu (a 560 km ao sul de Cuiabá), prevista para 11 de abril. A justificativa é o risco de aumentar a transmissão do novo coronavírus não só na cidade, mas nos municípios da região.

A medida seria louvável se não fosse a incoerência de Neurilan que enquanto pede o adiamento da eleição suplementar no município com 3.308 eleitores marca audiência pública em Vila Bela da Santíssima Trindade (a 520 km de Cuiabá), em 4 de março, Zoneamento Socioeconômico Ecológico de Mato Grosso, proposto pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seges).

A audiência pública convocada pela AMM em parceira com o prefeito, o médico   André Jacob (MDB), que já gravou vídeo espalhando informações falsas sobre a Covid-19, será realizada em local aberto, na Avenida Rotary Internacional de Vila Bela da Santíssima Trindade. O problema é que o município tem 9.933 eleitores e existe o risco do evento causar aglomeração muito maior do que eleição Neurilan quer adiar.

 Nos bastidores da política, circula a informação que Neurilan quer adiar a eleição para evitar a possível vitória do candidato  oposicionista. Trata-se do comerciante e produtor rural Jonnes Saggin (PL), filho do ex-deputado estadual Lincoln Saggin.

Torixoréu  terá eleição suplementar porque a  candidata eleita em 2020 teve a candidatura barrada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e os recursos negados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Supremo Tribunal Federal (STF). Inês Mesquita (PP) foi reeleita, mas  por ser  casada com o prefeito anterior, Odoni Mesquita, que faleceu vítima da Covid-19,    foi barrada porque integrantes da mesma  família não podem ter mais de dois mandatos seguidos.

A   AMM propõe  eleição suplementar de Torixoréu seja realizada na mesma data que a de Acorizal (a 62 km de Cuiabá),  que também teve o prefeito eleito impedido de ser empossado, alegando até mesmo o princípio da economicida. No entanto, a Justiça Eleitoral ainda não marcou data para o novo pleito neste município.