O vereador Adevair Cabral (PDT) ameaçou dar um "cacete" no secretário-geral do diretório municipal da sigla, Dito Labamba, que registrou um boletim de ocorrência em que o acusa de ameaçá-lo de morte devido a divergências político-partidárias. O vereador, que deixou nesta sexta (30) o comando da secretaria de Cultura, nega que tenha ameaçado Labamba de morte e, furioso com a situação, ele ameaça partir para as "vias de fato". "Matar eu não vou, mas vou dar um cacete nele na frente de todo mundo, isso eu posso fazer mesmo", declarou o pedetista, que volta a participar das sessões da Câmara na próxima terça (4). Segundo a denúncia de Labamba, registrado no Centro Integrado de Segurança e Cidadania do Bairro Planalto (Cisc Norte), Adevair teria mandado ele “tomar cuidado e preservar a vida, porque tem muita gente querendo pegá-lo”.

  O parlamentar nega ter ameaçado o membro do diretório municipal e se diz vítima de perseguição por parte de alguns militantes da sigla. Ele argumenta ainda que, juntamente com Toninho de Souza, indicou o suplente Sérgio Cintra como seu sucessor, mas que foi o prefeito Chico Galindo quem acatou e o nomeou. Nega que tenha havido pressão e diz que militantes o perseguem porque acham que ele é fraco. "Não falam nada do Toninho e só de mim porque acham que sou fraco, mas vou mostrar que sou forte".

  O clima azedou dentro do PDT depois que Adevair, numa articulação em conjunto com o médico e pré-candidato a deputado Aray Fonseca (PTB), indicou Cintra para ser seu sucessor na Cultura. Integrantes da Comissão Provisória da sigla não aceitaram a indicação e queriam que a vaga ficasse com Paola Reis. Como isso não ocorreu, ameaçam instaurar processos disciplinares contra Adevair e Cintra para expulsá-los da sigla. Além disso, encaminharam um ofício nesta quinta (29) ao prefeito Chico Galindo (PTB) o avisando que vão deixar a base aliada e entregando os cargos ao gestor.

  "Eu recebi o ofício, mas estou aberto ao diálogo. Quero que o PDT continue conosco", pontuou Galindo, que alega ter recebido a indicação do nome de Paola apenas nesta quinta (29). Segundo ele, antes de definir o nome de Cintra houve uma reunião com Adevair, o vereador Toninho de Souza e o então presidente do PDT Mário Márcio Torres. "Todos concordaram com a escolha e eu nomeei Cintra com o aval do PDT", afirma Galindo.

  Por enquanto, a briga é grande e, ao que parece, uma resolução para o impasse está longe de acontecer. Na manhã desta sexta, por exemplo, membros da Comissão Provisória do diretório do PDT se reúnem e devem iniciar o processo de expulsão. O problema é que o procedimento pode morrer no "ninho" porque o presidente do PDT Otaviano Pivetta e o pré-candidato ao Senado Pedro Taques devem intervir para assegurar que a paz volte a reinar na Capital. Neste sábado se reúnem com Adevair, Toninho e Cintra para tomar pé da situação e resolver a pendenga. "Essa comissão provisória foi feita a toque de caixa e eu não a reconheço como diretório de Cuiabá. Estou tranquilo", pontuou Adevair.