Variedades
Sábado, 19 de Outubro de 2019, 11h:30 | Atualizado: 21/10/2019, 09h:32
Com ganchos nas costas, os adeptos da suspensão citam sentimento de elevação
Mirella Duarte
Parte de culturas antigas, a suspensão corporal ocorre por meio de ganchos que são perfurados no corpo e, após isso, encaixados em uma estrutura que permite a suspensão das pessoas pela pele. Não existem documentos que especifiquem desde quando a prática é realizada, mas sabe-se que alguns dos povos nativos da América do Norte e também na Ásia, como os hindus, realizavam esse tipo de suspensão como parte dos costumes. No caso dos povos indígenas norte-americanos, ocorria como um marco de mudança no status social e, entre os hindus, como devoção.
Mirella Duarte

Suspensão corporal pode durar até 50 minutos e erguer corpo até 60 metros de altura, especialistas efetuam prática
Em um dos registros históricos sobre esse costume, há uma pintura do artista George Catlin (1796-1872). Em 1832 George pintou com tinta óleo as suspensões que eram feitas pelo peito e costas dos nativos. A obra, que se encontra no Museu de Denver dos Estados Unidos, tem em sua descrição a informação de que o autor foi especializado em pinturas dos povos tradicionais e, para este quadro, acompanhou o ritual do povo Mandan.
Ao resgatar parte desses rituais, algumas pessoas ainda se mostram aptas a praticar a suspensão corporal. Em Cuiabá a cultura tem crescido e ganhado seguidores. Entre eles está o tatuador e body piercer Rodrigo Kuruja, que há 20 anos é suspenso e – um tempo depois, realizou cursos para realizar a prática em outros interessados na atividade.
Arquivo pessoal

A pele estica o bastante para erguer o corpo e é capaz de suportar o tranquilamente o peso
Ele suspendeu mais de 20 pessoas nos últimos anos, inclusive em festivais e estúdios de Mato Grosso. A reportagem acompanhou um destes processos do início ao fim. O perfurado da vez foi Hygor Cypriani que, no dia do seu aniversário, ganhou a exsperiência de presente.
Essa é a segunda vez que Cypriani é suspenso por Rodrigo este ano. E, para a reportagem, ele confessa que faz algum tempo que aguarda. Pondera que, ao contrário do que a maioria imagina, não se trata de sentir dor. “Quando estamos suspensos sequer sentimos doer, o que vem é a adrenalina por todo corpo e um sentimento de elevação. Desde que iniciei minhas pesquisas sobre a suspensão corporal gostei do que encontrei e como presente quis realizar mais uma vez”, revela ansioso.
Para realizar o procedimento, Kuruja contou com o suporte de Wesley Oliveira, que também trabalha com perfuração de piercings na Capital e tem se aprimorado na técnica. Segundo o mentor Rodrigo, é possível realizar o processo em equipe e com muita cautela.
Mirella Duarte

Prática milenar era feita por indígenas norte-americanos e hindus. Na obra, o artista George Catlin pintou a suspensão corporal em um dos rituais que pode acompanhar no ano de 1832
A perfuração é feita após esticar a pele com as mãos, medir e marcar o ponto que será perfurado e fazer o furo com o gancho que mede quatro milímetros, mesma espessura que o gancho da suspensão. “Quando busquei entender o que era a suspensão, era mais pelo ritual. Hoje vejo que também é importante pelo fato de aprendermos a lidar com o corpo da gente”, descreve Kuruja.
Após terminar a perfuração de Hygor, ele o conduz até uma área aberta e prepara entre cordas e uma estrutura metálica presa a uma árvore o esquema de suspensão. Wesley ajuda na amarração dos ganchos e cordas que irão erguer o corpo. Em média, uma pessoa costuma ficar suspensa de 40 minutos à uma hora.
Após escolher a trilha sonora pelo smartphone, Hygor é erguido aos poucos, antes de ficar com as pernas fora do chão – ele é sustentado pelas mãos de Rodrigo. A quantidade de peso que cada gancho suporta deve ser distribuída igualmente através de todo o corpo - qualquer desequilíbrio pode provocar uma lesão. Por isso, aos poucos, Rodrigo regulariza as cordas para que a distribuição seja perfeita.
A estrutura é composta por um conjunto de roldanas com cordas fortes ligadas aos ganchos. Cada pessoa pode ser suspensa até 60 centímetros acima do chão, onde ele permanece praticamente sem se movimentar durante o período de tempo definido. Mas, depois de acertadas as cordas, pode seguir com balanços e movimentações que não comprometam os ganchos presos à pele.
Galeria: Cada dia mais suspensos
Quando concluída a suspensão, Hygor retorna ao chão, senta-se em uma cadeira e recebe auxílio de Kuruja. São desatados os nós feitos no local e todos retornam à sala de perfuração do estúdio. O suspenso fica de bruço na maca e é feita a remoção dos ganchos. Após a retirada dos acessórios, ele recebe uma massagem ao redor dos furos. “Após a suspensão entra ar nos furos é preciso massagear essa área para que ela não tenha problemas na hora da cicatrização”, explica.
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Comentários (2)
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Lucas | Domingo, 20 de Outubro de 2019, 09h1110
Aí que delícia, vou manda minha sogra p pendurá-la pela língua
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Vôte! | Sábado, 19 de Outubro de 2019, 12h0740
Eu heim! Cada um com sua loucura. Adrenalina?
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