Judiciário
Terça-Feira, 22 de Outubro de 2019, 16h:41 | Atualizado: 22/10/2019, 16h:48
Juíza manda Sinpol entregar extratos bancários envolvendo possível desvio
Mikhail Favalessa
Rodinei Crescêncio/Reprodução

O secretário-geral e ouvidor do sindicato Jamilson Moura que desconfia da gestão da presidente Edleusa Mesquita
A juíza Vandymara G. R. Paiva Zanolo, da 4ª Vara Cível de Cuiabá, determinou que o Sinpol, que representa os investigadores da Polícia Civil, entregue extratos bancários de uma conta corrente e de um investimento ao secretário-geral e ouvidor do sindicato Jamilson Adriano de Souza Moura.
O pedido do secretário é para produção de provas em relação à movimentação na conta corrente em nome do sindicato no Banco do Brasil entre 1º de junho de 2016 e 30 de setembro daquele ano. No mesmo banco, o Sinpol deve fornecer informações sobre investimento “BB Renda Fixa 500” que possui.
Jamilson tenta apurar a transferência de R$ 1,4 milhão das contas do sindicato no período, que corresponde à campanha pelo pagamento da Revisão Geral Anual (RGA) de 2016. Os valores teriam sido retirados das contas do sindicato para evitar possível bloqueio judicial em meio à greve. Jamilson diz não haver certeza de que os recursos tenham retornado ao sindicato e aponta a presidente do Sinpol, Edleusa Mesquita, como responsável pelo suposto desvio.
“Trata-se, portanto, de procedimento que não tem por objetivo instaurar controvérsia e/ou lide. A ideia é justamente produzir a prova para que se possa averiguar a necessidade e/ou possibilidade de ajuizamento de uma ação principal”, destacou a magistrada.
Vandymara relatou que o investigador “demonstrou a necessidade da exibição dos extratos bancários indicados na petição inicial, pois exerce o cargo de Secretário Geral e Ouvidor Geral no sindicato requerido, e possui interesse em analisa-los a fim de apurar eventual infração administrativa, civil ou penal”.
O Sinpol, por sua vez, nega ter havido quaisquer desvios. Na comissão de ética do sindicato foi instaurado um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra Jamilson para investigar a compra de materiais de construção para uso pessoal dele em nome do Sinpol. O diretor-geral diz que o pagamento foi feito pelo sindicato, sem seu pedido, apenas para justificar abertura do procedimento na comissão de ética.
Outro lado
À reportagem, Edleusa Mesquita informou que as contas da gestão anterior, em que o presidente era o investigador Cledson Gonçalves da Silva, foram aprovadas em Assembleia Geral, sendo as contas de 2015, 2016 e 2017.
"O sindicato está de portas abertas a todos os sindicalizados. Todo sindicalizado que quiser tirar suas dúvidas e verificar a informação das contas do sindicato, é só se dirigir ao financeiro e solicitar. Agora, por causa da segurança da informação, nós preferimos manter a privacidade dos documentos do sindicato. Não temos problema nenum em fornecer judicialmente essas informações, juntamente com resultado da auditoria feita nesse período", afirmou.
Edleusa classificou as ações de Jamilson como "questões politiqueiras", dada a proximidade com as eleições do sindicato, que devem ocorrer em novembro de 2020. Para ela, "denegrir a atual presidente" é a única forma encontrada por Jamilson para sair vitorioso no futuro pleito.
"É triste ver que um investigador que faz parte da minha gestão, que foi eleito pela categoria no meu grupo, tenta denegrir a imagem da própria classe com situações expostas difamatórias e caluniosas enquanto investigador de polícia", avaliou.
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