Judiciário
Segunda-Feira, 04 de Janeiro de 2010, 19h:50 | Atualizado: 26/12/2010, 12h:15
Desembargador nega desvio de recursos e diz que verdade será restabelecida no TJ
No epicentro de um dos maiores escândalos de desvio de recursos do Judiciário mato-grossense, o ex-presidente do Tribunal de Justiça, desembargador José Ferreira Leite, disse não temer o julgamento do processo administrativo instaurado pelo Conselho Nacional de Justiça para investigar suposto pagamento irregular a magistrados ligados à maçonaria. “Finalmente os fatos serão esclarecidos. Nunca houve desvio de recursos”, disse nesta segunda (4), após a solenidade de posse do novo presidente do TCE, conselheiro Valter Albano. Nos bastidores, porém, a expectativa é que o processo só seja julgado após maio, quando o presidente do CNJ, ministro mato-grossense Gilmar Mendes, deixa o cargo. As especulações se devem ao fato de Mendes não querer se indispor com os desembargadores do Estado.
Ferreira Leite diz que encara com naturalidade o julgamento do processo administrativo e nega que haja uma disputa interna com os desembargadores Paulo Lessa e Orlando Perri, respectivamente, ex-presidente e ex-corregedor-geral do TJ entre 2008 e 2009. “Da minha parte, pelo menos, nunca houve briga por poder, até porque já ocupei todos os cargos que podia, desde presidente até corregedor-geral”, argumenta.
Há 16 anos no Tribunal de Justiça, Ferreira Leite diz desconhecer os motivos que levaram Perri a denunciá-lo ao CNJ durante a gestão de Paulo Lessa. Na época, o então corregedor-geral apontou a existência de indícios de desvio de recursos e de materiais na construção do Fórum de Cuiabá, além de favorecimento em licitação e tráfico de influência envolvendo magistrados na administração de Ferreira Leite. Este, por sua vez, alega que jamais macularia sua imagem no final da carreira. “Isso não é da minha índole, nem da minha personalidade. Tenho 64 anos e não seria depois dos 60 que iria manchar minha biografia”, argumenta Ferreira Leite.
Além dele, mais nove magistrados são alvo de investigações por parte do CNJ. São eles os desembargadores José Tadeu Cury e Mariano Alonso Travassos, atual presidente do TJ, e os juízes Antonio Horácio da Silva Neto, ex-presidente da Associação de Magistrados de Mato Grosso (Amam), Marcelo Souza de Barros, Marcos Aurélio dos Reis Ferreira (filho do desembargador José Ferreira Leite), Juanita Clait Duarte, Graciema Caravellas, Maria Cristina Simões e Irênio Lima Fernandes. O processo corre em segredo de Justiça. (Com Flávia Borges)
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Comentários (5)
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FERNANDO SOUZA | Terça-Feira, 05 de Janeiro de 2010, 13h3800
Parabéns pela matéria publicada. São poucos os veículos de comunicação que bucam e devulgam informações do porte desta. Sou Poconeano, perdi dinheiro com o rombo do SICOOB (conteúdo da matéria publicada hoje), e fico triste ao ver e acompanhar pessoas humildes, que o pouco que tinha na Agência - SICOOB, foi para o ralo, ficando sem nada. O caso de uma tia minha, que moreu recentemente com 90 anos e o dinheiro que tinha para manter a sua saúde bem frágil, ficou nas mãos dos maçônicos. VAMOS ACORDAR OS PODERES DA JUSTIÇA, VAMOS DESCOBRIR E PUNIR OS RESPONSÁVEL PELO GRANDE ROMBO A POPULAÇÃO DE POCONÉ E DA BAIXADA CUIABANA. PARABÉNS - ROMILSON BARROS -
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Jurema da Silva | Terça-Feira, 05 de Janeiro de 2010, 09h5400
O Lula tá fazendo escola. Ninguém nunca mais soube de nada, nem o pq de nada..
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caio gentilin | Terça-Feira, 05 de Janeiro de 2010, 00h2300
realmente fica muito dificil entender porque uma pessoa iria manchar sua biografia depois de ter ocupado todos os cargos no judiciário. na gestao do des ferreira leite ocorreu a instalacao de varias comarcas e concurso de juizes, pois foram empossados quase 100 juizes. assim fico no aguardo da resposta do cnj que om certeza vai esclarecer toda essa história e punir quem realmente deve. vamos ver no final quem esta certo e errado.
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Paulo Roberto | Segunda-Feira, 04 de Janeiro de 2010, 21h1800
Como sempre, isso não vai dá em nada... infelizmente qualquer falcatrua que envol- ve gente importante, acabam em pizza. Mas, até quando isso vai acontecer..... Tudo isso é um acinte, uma afronta, debocham da nossa cara....E depois com qual moral vai julgar um cidadão que de- pende dessa justiça!!!! Que é caôlha...
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luiz fernando | Segunda-Feira, 04 de Janeiro de 2010, 21h1500
Se tivessemos uma legislação clara e objetiva, essa caso já tinha sido julgado e com certeza haveria algumas pessoas atrás das grades e devolvendo dinheiro ao erário!
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