Judiciário
Terça-Feira, 24 de Novembro de 2020, 11h:18 | Atualizado: 24/11/2020, 16h:10
Juiz manda ex-Casa Civil se defender sobre plano para grampear ex-amante
Mikhail Favalessa
O juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, determinou que o ex-secretário chefe da Casa Civil Paulo Taques apresente sua defesa prévia em ação penal por denunciação caluniosa. No caso, o primo do ex-governador Pedro Taques é processado por ter induzido duas delegadas a fazer interceptações telefônicas ilegais contra pessoas de seu interesse.
Gilberto Leite/Arquivo

O ex-secretário-chefe da Casa Civil Paulo Taques responde à ação por enganar as delegadas
A ação é movida pelo Ministério Público Estadual (MPE) por meio de denúncia oferecida e recebida pela Justiça em julho de 2019. O prazo para o ex-secretário apresentar sua defesa estava suspenso por causa das medidas tomadas pela Corregedoria Geral de Justiça em relação à prevenção à Covid-19 no Judiciário. Em 16 de novembro, o magistrado intimou Paulo Taques a se defender.
De acordo com a denúncia, o ex-secretário teria induzido as delegadas Alana Cardoso e Alessandra Saturnino a investigarem uma ex-amante dele e a secretária dele à época sob pretexto de que os números seriam de pessoas ligadas ao crime organizado. Tatiane Sangalli e Caroline Mariano tiveram seus telefones interceptados ilegalmente por, pelo menos, 15 dias. Nada ilegal foi encontrado pela Polícia Civil.
A história supostamente inventada era de que elas estariam tramando um plano para matar o então secretário e o então governador Pedro Taques sob mando do ex-comendador João Arcanjo Ribeiro. Os telefones das duas mulheres foram inseridos em operações envolvendo o crime organizado, com o que elas nada tinham a ver. O objetivo real seriam fazer devassa na vida pessoal das duas e evitar que assuntos pessoais de Paulo Taques e também da Casa Civil, que era comandada por ele, viessem à tona. O ex-secretário nega ter cometido crime e alega que a ameaça era real.
Paulo Taques seria, de acordo com as investigações, o mentor de um escritório de escutas clandestinas montado com o objetivo de grampear inimigos políticos e outras pessoas de interesse do grupo do ex-governador Pedro Taques. Mais de 100 números teriam sido interceptados ilegalmente no escritório operacionalizado pelo cabo da PM Gerson Luiz Ferreira Correa Junior, que confessou sua participação no esquema e indicou a participação de Paulo e Pedro Taques.
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