Judiciário
Quarta-Feira, 13 de Janeiro de 2021, 16h:02 | Atualizado: 13/01/2021, 16h:17
Julgamento de Ledur é adiado após defesa pedir prazo para traçar a estratégia final
Allan Pereira
Rodinei Crescêncio

Tenente CBM Izadora Ledur de Souza iria a julgamento final pela morte de aluno bombeiro no dia 27 de janeiro; defesa alega falta de acesso a documentos
O juiz Marcos Faleiros adiou o julgamento final do processo contra a tenente CBM Izadora Ledur de Souza Dechamps, ré pelo crime de tortura que culminou na morte do aluno bombeiro Rodrigo Claro em novembro de 2016, na 11º Vara Militar em Cuiabá. A sessão estava marcada para 27 de janeiro, mas agora segue sem data definida.
Segundo decisão do magistrado, datada de dezembro do ano passado, o pedido para adiar o julgamento vem depois que a defesa pediu para ter um prazo para montar sua preparação final. O processo esteve com o Ministério Público por 40 dias. Como a defesa ainda não teve acesso ao documento, os advogados pediram o mesmo prazo para montar a alegação final.
Faleiros autorizou estender o prazo e considerou que a medida serve para “resguardar o direito da ampla defesa e do contraditório”. Com a decisão, a defesa terá os 40 dias contados a partir do próximo dia 20 de janeiro, quando termina o recesso nos fóruns de Mato Grosso.
Em outubro passado, ele tinha decidido marcar o julgamento final para condenar ou absolver Ledur da acusação de tortura. Ele será julgada por um Conselho de Sentença, que é formado por quatro membros do Corpo de Bombeiros. Faleiros será o juiz que presidirá e conduzirá o grupo de militares na sentença.
Poucos dias depois de marcar o julgamento, o Ministério Público Estadual (MPE) pediu a condenação da tenente pelo crime de tortura. A entidade entende que a prática dos “caldos”, quando uma pessoa chega por trás da outra na água e a afoga de maneira repetida, teria causado a morte de Rodrigo Claro. Nas alegações finais, a entidade afirma que Ledur causou intenso sofrimento físico e mental a Rodrigo, o que lhe custou a vida
Em março do ano passado, Ledur foi ouvida por 2h30 em audiência de instrução na Vara Militar. Ela disse na ocasião que Rodrigo era desequilibrado diante da água e que um bombeiro não pode vacilar na hora de fazer o salvamento e que ele vinha demonstrando essa dificuldade. Por isso, focou no treino dele.
Há poucos dias do julgamento, os pais de Rodrigo Claro declararam que estavam se preparando psicologicamente para a sessão. Já se passaram mais de quatro anos desde a morte do aluno bombeiro. Após o prazo para apresentar a alegação final, o juiz Marcos Faleiros vai marcar uma nova data para julgar Ledur.
Caso Rodrigo Claro
De acordo com a denúncia do MPE, apesar de apresentar excelente condicionamento físico, Rodrigo demonstrou dificuldades para desenvolver atividades como flutuação, nado livre, entre outros exercícios.
Consta na denúncia que, embora os problemas do rapaz tenham chamado a atenção de todos, os responsáveis pelo treinamento não só ignoraram a situação como utilizaram-se de métodos considerados reprováveis, tanto pela corporação militar, quanto pela sociedade civil, para “castigar” os alunos do curso que estavam sob sua guarda.
Conforme o MPE, depoimentos colhidos durante a investigação demonstram que o aluno foi submetido a "intenso sofrimento físico e mental com uso de violência". A responsável pelos atos contra o jovem, segundo a denúncia, teria sido a tenente, como forma de punir Rodrigo, por ele ter apresentado mau desempenho nas atividades dentro da água.
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Comentários (3)
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joao | Quinta-Feira, 14 de Janeiro de 2021, 10h0291
Para o magistrado não interessa se o advogado de defesa tem sua tática de defesa ou não. Este adiamento foi uma aberração.
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vasco | Quinta-Feira, 14 de Janeiro de 2021, 08h2791
esse e o brasil do corporativismo não acredito que ela será condenada caso seja será aposentada BRASILLLLLLL
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joana | Quarta-Feira, 13 de Janeiro de 2021, 18h5082
QUE ABSURDO!!!! ATE QUANDO ISSO VAI ACONTECER?
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