O deputado estadual Silvio Favero (PSL), que é apoiador convicto do presidente Jair Bolsonaro, voltou a questionar a possibilidade de tornar a vacinação contra a Covid-19 obrigatória. O bolsonarista disse que ainda não está convicto de que tomará o imunizante. As primeiras doses, destinadas a trabalhadores da saúde e idosos, começaram a ser distribuídas ontem (18).

Fablicio Rodrigues

Silvio Favero já defendeu remédios sem comprovação científica para tratamento da Covid

“Nós vivemos em uma democracia, né. Entendo que a partir do momento que a gente tornar obrigatório nós podemos rasgar a Constituição do Estado de Mato Grosso, e também a do Brasil. Está na Constituição, eu não posso obrigar ninguém a tomar a vacina. Eu acho que as pessoas têm que tomar a vacina, mas não tem que ser obrigatório”, disse Favero nesta terça (19) durante evento no Palácio Paiaguás.

Projeto de Favero que tramita desde dezembro busca proibir a obrigatoriedade e outra minuta do presidente da Assembleia, Eduardo Botelho (DEM), busca criar restrições para quem não se vacinar.

“Uma coisa que eu questiono é que todo mundo fica falando, mas você lembra qual a marca, qual o laboratório das vacinas que nós tomamos lá atrás? Ninguém lembra. Nós temos que parar de fazer política. Nós estamos em 2021, eleições são em 2022, e estão antecipando as eleições. Quem perde com isso é a população mato-grossense e o povo brasileiro. Eu sou contra, continua o meu projeto, foi apresentado em 14 de dezembro, e o Botelho apresentou o dele. Tem que respeitar”, declarou.

Apesar de defender a não obrigatoriedade da vacinação, o parlamentar tergiversou ao ser questionado se tomaria. O imunizante distribuído primeiro é o produzido em parceria entre o Instituto Butantan, ligado ao Governo de São Paulo, e a chinesa Sinovac. Bolsonaro questionou a CoronaVac por diversas vezes, colocando em dúvida sua eficácia. Favero vai na mesma linha.

“Também não falo para não tomar, acho que tem que tomar. Está tendo muita controvérsia, estamos falando em vidas, mas temos que respeitar a Constituição Federal e a vontade das pessoas. Não existe garantia real até agora. Eu ainda não estou convicto de que vou tomar”, afirmou.

Diferente do que o deputado disse, a eficácia global da vacina é de 50,58%, comprovada por estudos clínicos. A CoronaVac reduziu em 100% os casos graves, aqueles com necessidade de internação, e ainda minimizou os casos leves.