O deputado Emanuelzinho reclamou da adesão incondicional do PTB ao governo de Jair Bolsonaro a quem criticou por descaso com  a pandemia

Seguindo a orientação de seu partido, o PTB, o deputado federal Emanuelzinho afirma que votou em Arthur Lira (PP), mas por imposição da sigla. Próximo ao candidato do MDB, Baleia Rossi, ele não escondeu a contrariedade na escolha dos correligionários e avalia mudar de partido.

“De certa forma e, ideologicamente constrangido, votei no Lira. Hoje o PTB tem uma adesão incondicional ao presidente Bolsonaro. Não acho que ele seja cheio de defeitos, ele tem virtudes e defeitos, como qualquer um. Mas sem discussão nenhuma sobre o que bom para o Brasil e impor candidatura, é complicado. Mas segui o partido e está me fazendo rever até as posições partidárias e, eventualmente, não é impossível sair do PTB”, afirma.

Apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Lira levou 302 dos 503 votos de deputados presentes enquanto Baleia recebeu 145.

Mesmo garantindo que seguiu a orientação partidária, Emanuelzinho, assim como os deputados Carlos Bezerra (MDB) e Rosa Neide (PT) ficaram de fora da reunião da bancada, no dia seguinte à eleição, quando foram definidos os nomes para comissões e o novo líder, Doutor Leonardo (SD).

Mas as insatisfações do deputado com seu partido vão além da eleição da Mesa Diretora. Ele vê com preocupação a falta de independência do grupo junto a Bolsonaro.

“Veja, existem defeitos também no governo federal, existe falta de diálogo, descaso com a pandemia, uma série de defeitos que os aliados incondicionais do presidente da República não enxergam e eu não posso compactuar com isso. De certa forma, isso tem me incomodado”, concluiu.