Polícia
Quarta-Feira, 12 de Abril de 2017, 18h:23 | Atualizado: 12/04/2017, 18h:37
Com estrutura destruída, detentos serão transferidos temporariamente
Anderson Hentges
De Sinop
Com o fim da rebelião na Penitenciária Doutor Osvaldo Florentino Leite Ferreira, Ferrugem, em Sinop, nesta quarta (12), grande parte dos detentos deve ser transferida temporariamente para outras penitenciárias da região, pelo menos até que todo o interior da unidade seja reorganizado.
Mário Okamura

A rebelião no Ferrugem durou mais de 13h e envolveu as forças de Segurança Pública do Estado
No entanto, não há uma previsão sobre um número exato que será transferido, pois dependerá da quantidade de vagas disponíveis em outras cadeias. “A direção fará esse levantamento para a remoção, porque é necessário pela circunstância do risco de conflito”, explica o representante dos Direitos Humanos da OAB, Denovan Isidoro de Lima.
Camas e paredes foram quebradas, colchões incendiados e grades arrancadas dos locais apropriados para comportar os 828 presos. A estrutura já não atendia a capacidade, visto que o número ideal seria 328 reclusos.
Com a destruição de, pelo menos, quatro raios (amarelo, azul, laranja e verde), agora em uma única cela serão comportados 100 presos. Antes, cerca de 40 detentos ficavam alojados no mesmo cômodo. “Não tem condições para isso, é humanamente impossível”, ressalta Denovan.
Os detentos devem permanecer nas áreas de convivência, como as salas de aula, por exemplo, até que tudo se normalize. Além disso, novas formas de punições, como isolamento e reclusão separada, serão aplicadas, uma vez que as normas internas foram infringidas. Os detentos também responderão por destruição de patrimônio público.
Conforme o diretor do Conselho da Comunidade da penitenciária, José Magalhães Pinheiro, o motivo da rebelião foi uma briga entre facções por poder. “Um querendo ganhar o espaço do outro, mas a partir do momento que não deu certo eles se entregaram.”
Ele ressalta também que algumas exigências foram feitas para que houvesse comum acordo. “Eles queriam visitas dentro das celas, um freezer em cada uma, melhora na alimentação, saída e alguns servidores”, explica o diretor.
Entretanto, mesmo sem a concordância com todas essas demandas apresentadas pelos reclusos, o resultado foi positivo e a situação foi controlada. As negociações foram mediadas pelo coronel Héctor Péricles do Corpo de Bombeiros. Também participaram a advogada Eurides Parron, representando dos detentos, além de Denovan Lima e José Magalhães.
Os secretários da Sesp, Rogers Jarbas, e da Sejudh Airton Siqueira, também se deslocaram até Sinop para contribuir com as negociações. Nos quase dois dias de rebelião participaram da ação agentes do Serviço de Operações Penitenciárias Especializadas (SOE), da Ronda Ostensiva Tática Móvel (Rotam), Força Tática, Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros.
Galeria de Fotos

Detentos do Ferrugem danificaram estrutura do presídio por causa da rebelião


Utensílios e colchões foram danificados durante a rebelião


Detentos do Ferrugem passam por revista no pátio da unidade sob o olhar de agentes após motim


Portas e grades foram arrancadas por detentos do Ferrugem


Colchões dos detentos foram rasgados. Rebelião durou mais de 13h

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