Polícia
Segunda-Feira, 30 de Novembro de 2020, 08h:10 | Atualizado: 30/11/2020, 18h:00
Servidora acusa prefeito de "assédio" e registra caso na polícia e no MP - veja
Allan Pereira e Bárbara Sá

O prefeito de Matupá (a 690 km de Cuiabá), Valter Miotto (MDB), foi denunciado por uma servidora da Prefeitura Municipal, de 20 anos, por suposta prática de importunação sexual. Ela registrou boletim de ocorrência e relatou que o emedebista lhe agarrou com força e passou as mãos em suas nádegas. Tão constrangida, pediu demissão do cargo e disse que prefere o desemprego ao ser desrespeitada.
“Só um pouquinho (diz prefeito). Não, tudo tem limite (responde a funcionária)”
Trecho do BOA servidora trabalha desde janeiro deste ano na prefeitura. Em agosto, "especificamente foi trabalhar no gabinete do prefeito", conforme consta em boletim de ocorrência. Ela conta que, na terça de 18 de novembro, foi entregar uma chave a Valter. Aparentando que ia abraçá-la, lhe agarrou com força e passou as mãos em suas nádegas.
A vítima se sentiu constrangida e reclamou com o prefeito, mas ele respondeu que "só um pouquinho". "Não, tudo tem limite", repreendeu a servidora. O prefeito percebeu que a servidora não gostou da ação e, por telefone, disse que iria conversar com ela quando retornasse de viagem para o Rio Grande do Sul.
Questionada se houve outros assédios, ela relatou um episódio ocorrido em 16 de novembro, dia seguinte as eleições municipais. Nesta data, o prefeito foi até o seu gabinete e disse para a vítima que seu candidato, o administrador José Aparecido Mano (PL), tinha perdido as eleições por que ela não tinha ido pedir votos com ele.
Valter teria convidado que eles poderiam ir pedir votos depois das eleições, mas a servidora respondeu que não poderia sair depois do expediente. O prefeito se poderiam ir no horário do expediente, mas ela voltou a recusar o convite. No momento, ela não entendeu a intenção do prefeito, mas, por conta do episódio do dia 18, ela percebeu que houve assédio.
A servidora registrou o BO logo após o episódio de assédio e, no dia seguinte, procurou o Ministério Público levando o registro policial e pedindo ao promotor que tomasse providências.

Outro lado
O prefeito de Matupá, Valter Miotto, em nota, respondeu que em 20 anos de vida pública jamais enfrentou qualquer acusação de assédio por parte de servidoras. E sempre tratou com respeito a todas que trabalham com ele. O chefe do Executivo municipal disse ainda não saber a motivação de tal denúncia.
Leia a nota na íntegra
Depois de 20 anos como homem público, como prefeito de Matupá/MT, sem nunca ter sofrido acusação semelhante à publicada na imprensa, de assédio contra servidora pública, sendo que muitas trabalham comigo há anos, sempre com muito respeito recíproco, para minha total perplexidade, sem fazer a princípio a mínima ideia da motivação, recebo um ataque gratuito, com uma narrativa confusa, que ainda estou tentando compreender o quê está por trás disso, melhor, descobrir.
Porém, como não sou autoridade policial, tampouco judiciária, já acionei a assessoria jurídica para fazer uma representação criminal por denunciação caluniosa.
Também para requerer a imediata apuração e elucidação do caso, para que a verdade se restabeleça e a justiça prevaleça.
Sou o principal interessado na atuação das autoridades competentes, para esclarecer os fatos e afastar qualquer suspeição sobre mim.
A população de Matupá conhece a minha seriedade, portanto, sabe que eu não seria capaz disso.
Confiarei nos trabalhos das instituições para recolocar as coisas nos devidos lugares e responsabilizar os responsáveis.
Prefeito Valter Miotto
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Comentários (2)
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Icca Cardoso | Segunda-Feira, 30 de Novembro de 2020, 16h2971
Essa jovem mulher e de caráter e uma mulher exemplara desde a infância. Um ato de grande falta de respeito com quem sempre acreditou e apoiou Valter Miotto. Justiça seja feita.
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Realista | Segunda-Feira, 30 de Novembro de 2020, 12h4290
Certíssima essa servidora. Tem mesmo que detonar esses senhores que acham que porque tem poder podem avançar assediando quem lhe aparece pela frente, em especial as garotas novas. Nem todas são iguais. Algumas ficam quietas por medo de perder o salario, mas outras como a servidora em questão são mais corajosas e procuram o seus direitos de não serem importunadas para fazer o "extra" função. Parabéns a essa jovem!.
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