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Sábado, 10 de Abril de 2010, 10h:45 | Atualizado: 26/12/2010, 12h:25
Em telefonema, diretores do Creatio se mostram temerosos
Simone Alves e Flávia Borges
Gravações telefônicas feitas pela Polícia Federal revelam a preocupação dos representantes do Instituto Creatio, Luciano Carvalho de Mesquita (presidente) e Ronilton Souza Carlos (diretor), quanto à auditoria realizada pela Controladoria Geral da União (CGU), que constatou diversas irregularidades entre a Prefeitura de Pontes e Lacerda e o instituto. “(...) Eles (os auditores) entendem a parceria”, diz Luciano a Ronilton, avisando sobre a presença dos auditores em Pontes e Lacerda.
As gravações fazem parte da Operação Hygeia, desencadeada pela PF na última quarta (7) e que culminou na prisão de 26 pessoas em Mato Grosso, entre elas o "aloprado" Valdebran Padilha, diretores do Creatio e da Funasa.
De acordo com as investigações, Luciano conseguiu o cargo de presidente por intermédio de Ronilton e, por isso, tinha a "obrigação" de informá-lo a respeito de todos os fatos novos. Segundo apuração da PF, a ligação telefônica se deu no momento em que os auditores atuavam no interior do Estado, o que teria causado temor aos representantes do Creatio. A preocupação de Luciano tinha fundamento. A CGU havia constatado inúmeras irregularidades, entre elas a participação de funcionários do instituto como fiscalizadores do cumprimento da jornada de trabalho dos profissionais do Programa de Saúde da Família (PSF), fato considerado pela PF como ação indevida.
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"(...) o pessoal nega o tempo
inteiro que seja isso, senão
fica complicado depois"
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Ronilton era tido como o “grande chefe e orientador” no Creatio. Conforme a PF, ele figura como um influente lobista e responsável pelo direcionamento dos recursos da Funasa. Ele integrou o quadro da Intertours Turismo, empresa também investigada na Operação Hygeia por receber recursos por passagens aéreas sem a emissão de qualquer nota fiscal e até comprovantes de vôos. Ronilton figura ainda como proprietário da Fundação Educacional de Cuiabá e sócio da empresa Hileia Ativa Assessoria. Ele faz questão de demonstrar sua influência a Luciano em um dos trechos da conversa. “(..) o pessoal nega o tempo inteiro que seja isso, senão fica complicado depois”, diz. Como presidente do Creatio, Luciano ficou então incumbido de não deixar que os integrantes do esquema em Pontes e Lacerda dessem detalhes da parceria que direcionava contratos.
A polícia cumpriu 75 mandados de busca e apreensão e está para concluir 35 mandados de prisão temporária, sendo que a maioria foi expedido para ser cumprido em Mato Grosso. O relatório da CGU que enumera os recursos desviados aponta em um rombo de cerca de R$ 50 milhões, que pode alcançar R$ 200 milhões.
Somente em Mato Grosso foram cumpridos 26 mandados de prisão temporária e 59 de busca e apreensão em Tangará da Serra, Cáceres, Pontes e Lacerda, Sinop, Canarana, Santo Antônio do Leverger e Cuiabá. A operação da PF foi realizada em parceria com a secretaria federal de Controle Interno da Controladoria Geral da União (CGU). Segundo apurou a PF, três núcleos criminosos distintos e independentes eram utilizados para o desvio e apropriação de recursos públicos federais. Eles se comunicam através de um núcleo empresarial comum, beneficiado direta e indiretamente dos recursos financeiros produzidos com a prática dos delitos.
Os envolvidos são acusados de formação de quadrilha, estelionato, fraude em licitações, apropriação indébita, lavagem de dinheiro, peculato, corrupção ativa e passiva, prevaricação praticados em detrimento de órgãos públicos federais e municípios do interior. Durante a investigação a PF identificou a participação de pelo menos 17 servidores públicos.
Funcionários da Funasa, além do ex-coordenador da Fundação, Edson Vitório, também foram parar "atrás das grades". Entre os presos estão Ídio Barros, que cuida das licitações do órgão, Edson Pertile do setor de Planejamento, Gleida Marisa da assessoria de gabinete, além de Lauriel da Silva, que atua no Distrito Sanitário Especial Índigena em Canarana. Marco Antônio Stangherlim, coordenador da Funasa, também foi preso pela PF.
Assessores do deputado federal Carlos Bezerra (PMDB) também são acusados de participação nas fraudes. O secretário-geral do PMDB , Rafael Bastos, o tesoureiro regional Carlos Miranda, além de Jose Luís Bezerra, sobrinho do parlamentar, figuram na lista de presos da PF.
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Confira o diálogo entre Luciano Carvalho de Mesquita e Ronilton Souza Carlos
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Comentários (10)
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jose carlos | Sexta-Feira, 15 de Abril de 2011, 16h5300
Meu deus...se investigarem o IDEP irão cair de costas.... Quanta coisa errada.... Uma verdadeira fábrica d notas frias... Não é mesmo Sschommer, viccari e santana ??? Serã que ecistem notas nesses nomes ? A PF deveria investigar
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Jorge Laurindo | Domingo, 11 de Abril de 2010, 14h3900
Jorge Laurindo, Há expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas. Queira, por gentileza, refazer o seu comentário
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pedro paulo | Domingo, 11 de Abril de 2010, 13h4000
Tem mais gente no processo, tem deputado federal conhecido por estar envolvido em diversos escândalos, tem empresários ligados a oscip. isso aí é como uma colcha de retalhos e se pf saber montar o quebra-cabeças muita coisa aínda vai surgir e casas vão cair.
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jairo | Domingo, 11 de Abril de 2010, 11h1400
Olha, nessa investigacao , por haver o envolvimento de Prefeituras e orgaos estaduais ,inclusive com recursos próprios destes, nao seria também o caso da participacao do MP estadual?GAECO, inclusive?
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Alberto Pereira | Domingo, 11 de Abril de 2010, 09h4300
Romilson Parabéns pelo seu furo na semana passada, pois, ainda falta a oscip IDEP q presta serviço na secretaria de saúde do Estado, esse escândalo será muito maior, tem gente que não está dormindo em casa !!!! Pessoal do RDnews Parabéns...
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adalberto | Domingo, 11 de Abril de 2010, 01h1600
ronilto foi pró-reitor de finanças da unemat na gestão passada, foi exonerado mas o reitor taisir não fez nada e ele voltou. tão vendo, se não bota logo na cadeia, esse povo continua achando que o crime compensa. e agora, esse povo aí da unemat, não vão ser investigados pela cpi e punidos exemplarmente?
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Neto | Sábado, 10 de Abril de 2010, 21h1200
Neto, Há expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas. Queira, por gentileza, refazer o seu comentário
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EDUARDO | Sábado, 10 de Abril de 2010, 19h5200
O Governo Federal em vez de destinar os recursos para os Estados ou Municípios, está destinando recursos para as ONG,s e OSCIP que fazem uma desforra com o dinheiro público. Otal do CREATIO fez varios Convênios em MT, seria bom que a ControladoriaGeral da União e Polícia Federal fiscalizasse todos os serviços de diagnóstico para verificar a APTIDAO ECONÔMICA E PRODUTIVA que foram executados pelo referido instituto em varias prefeitura para dar mais transparência sobre esses serviços que foram executados com o dinheiro público.
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Maria Angela | Sábado, 10 de Abril de 2010, 17h3200
quem deve ta preocupado é o ex prefeito de Cáceres, Ricardo Henri!
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gertui | Sábado, 10 de Abril de 2010, 13h3600
Essa Elisabete e dá Creattio ou da Travessia Desenvolvimento Organizacional? ou é de ambos? não tô entendendo...!!!!
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