José Antonio Rosa, coordenador jurídico da coligação do prefeito e candidato à reeleição, Wilson Santos, e  o presidente do PSDB de Cuiabá, Ussiel Tavares, disseram nesta quarta, em entrevista coletiva, que as acusações do advogado da coligação do candidato Mauro Mendes, Paulo Taques, não têm qualquer fundamento. Disseram que Taques tentou vincular o roubo de R$ 3 milhões ocorrido em julho deste ano na Capital com o suposto superfaturamento de obras do projeto Reluz.

   “O advogado Taques criou um factóide, infringindo todas as premissas do artigo 2º do Código de Ética e Disciplina, onde fala sobre os deveres do profissional." Rosa e Ussiel afirmam que vão ingressar com uma representação na OAB contra Taques por este acusar o prefeito Santos de crime de improbidade administrativa. Segundo Rosa, não existe superfaturamento com o projeto Reluz, tampouco envolvimento com o tal furto milionário. A Polícia Civil investiga o caso. “O que existe é um verdadeiro ato de desespero e despreparo. Como prova, apresento aqui todos os documentos do contrato firmado entre a prefeitura da Capital, Eletrobrás e Rede Cemat e a tabela de preço das luminárias usadas nos postes.

   Os dois assessores da coligação de Santos apresentaram documentos. Rosa fez ainda uma comparação de valores de outras capitais que, segundo ele, comprovam que o preço praticado em Cuiabá não é um dos mais caros do país. Em nota, a Rede/Cemat esclarece que o programa Reluz destina-se ao financiamento pela Eletrobrás projetos de reforma e ampliação da rede de iluminação pública nos municípios. Sua implantação depende de assinatura de dois convênios: o primeiro firmado entre a Eletrobrás e a concessionária de energia e, o segundo, entre a própria Cemat e a prefeitura.

   Na nota, consta ainda que, após a celebração dos convênios, a Eletrobrás libera um empréstimo para que a concessionária de energia contrate as obras. A concessionária assume o compromisso de quitação perante a Eletrobrás e a prefeitura compromete-se a pagar à concessionária de energia a execução da ampliação da rede de iluminação pública. E ainda diz que a assinatura dos convênios para executar o Reluz em Cuiabá só ocorreu após a avaliação e aprovação dos projetos pelas três instituições participantes (Eletrobrás, Cemat e Prefeitura).

  "Então, o valor repassado para a compra da luminária de R$ 504 foi aprovado e consta nos documentos. E a empresa contratada pela Rede/Cemat para executar os serviços é a Urbeluz Engenharia e Iluminação S.A", destaca o assessor jurídico para, em seguida, completar que "a Cemat não fez licitação porque é uma concessionária e não há necessidade disso".

   Dinheiro sem dono

   Ussiel Tavares disse que a coligação de Mauro Mendes tentou forçar que o delegado Luciano Inácio Silva, da Gerência de Repressão a Seqüestro e investigações Especiais, afirmasse à imprensa que a coligação de Santos teria envolvimento com o furto de R$ 3 milhões, ocorrido na madrugada de 17 de julho deste ano. Observa que, uma nota da Polícia Civil explica que não houve avanços nas investigações e que, portanto, não há também nenhum dado que possa indicar a origem ou finalidade do dinheiro retirado do interior de um veículo, estacionado na garagem de um prédio da região do bairro Duque de Caxias. Somente após a oitiva do proprietário do carro, empresário Air Bomdespacho, irmã da ex-deputada federal Celcita Pinheiro, é que a investigação poderá ganhar novos rumos.

(23/10 - às 16h45) - Vai ser um tiro no pé, reage Taques

  O advogado Paulo Taques disse ser “lamentável” o fato de Ussiel Tavares e José Antônio Rosa ameaçarem ingressar com uma representação junto à OAB-MT contra ele devido às denúncias de improbidade administrativas supostamente cometidas no projeto Reluz pela atual gestão Wilson Santos em Cuiabá. “Eles estão culpando o termômetro pela febre do paciente”, afirmou. Para Taques, a representação é completamente infundada.

  “Nosso questionamento é legítimo e se dá pela dificuldade em recebermos informações oficiais solicitadas à prefeitura. Agora, querer me representar junto à OAB-MT seria uma manobra rasteira, pois todos sabem da ligação de Francisco Faiad (presidente da Ordem) com o PSDB de Wilson Santos”, afirmou. Taques disse ainda que a representação seria um “tiro no pé”.