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Quinta-Feira, 20 de Setembro de 2007, 09h:26 | Atualizado: 26/12/2010, 12h:16
Alma lavada 2
Muitas lutas já foram vencidas por aqueles que lutam pela causa ambiental, inclusive no tocante ao Pantanal, o que me deixa com a alma lavada, mas não de todo, pois muito há por se fazer. Além disso, não confio nos políticos e temo que, na calada da noite, aprovem os dois famigerados Projetos de Lei, pois afinal, essas atitudes combinam bem com muitos deles. Se isso ocorrer, estará o caos instalado, porque nós não desistiremos. Estamos atentos e já há uma mobilização nacional, que embora silenciosa, é forte e possui muitos aliados contra esse absurdo. Para mim, não haverá nenhuma dificuldade em citar nomes dos que nos traírem na Assembléia Legislativa.
A questão de competência jurisdicional está definida. O exemplo do Porto de Morrinhos consolida o desnecessário conflito de incompetência que tem ocorrido. A nossa Constituição define competências. Ponto pacífico.
Mato Grosso, como todo o restante do Brasil, possui graves problemas na área de preservação e conservação da natureza. Nossos recursos naturais são ricos e diversificados. Bancos genéticos, biomas impressionantemente regeneráveis, recursos hídricos, florestas e outros incontáveis.
Lavada a alma sob este aspecto, resta muito para que seja lavada a de todos os brasileiros e mato-grossenses.
Senão vejamos:
l. Aí estão as notícias sobre os rios do Pantanal que estão secando assustadoramente, com uma rapidez não só preocupante, como drástica. O Taquari, o São Lourenço, o próprio rio Cuiabá e seus afluentes e outros da Bacia do Alto Paraguai, assoreados e em processo de erosão irreversíveis.
2. Esses acontecimentos são causados pela exploração inescrupulosa dos que ainda pensam em continuar desmatando, porque na verdade, não obstante as afirmações das autoridades Estaduais e Federais, esta continua avançando sobre nossas florestas.
3. A soma das agressões: desmatamento, queimada, destruição de bancos genéticos, exploração à exaustão dos recursos hídricos, e, principalmente, cada vez mais a outorga de benefícios a grandes grupos ou a poderosos (eles são sempre políticos ou ligados a eles), vão continuar nos levando ao caos. Como impor a nossa economia, se não valorizarmos o que temos e exploramos nossos recursos naturais indiscriminadamente, desvalorizando também nossos produtos?
4. Não há mais que se falar em Legislação, em Pacto Federativo, em descentralização de competências. Urge sim, colocar a “mão na massa” e trabalhar pelo meio ambiente deste País, alargar os horizontes e a visão míope e deturpada dos comandantes desse processo. Urge fiscalizar com seriedade, sem exacerbação.
5. Falta competência para decidir. Falta coragem para enfrentar os interesses políticos e internacionais e tentar resgatar a nossa dignidade. Perseguir Brasileiros, sejam eles, madeireiros, pecuaristas, pescadores ou outros que buscam conservar os recursos naturais, não obstante suas atividades serem degradadoras ou poluidoras, não vai resolver o problema. Mostrar a apreensão de peixe ou de madeira, por exemplo, como grande atuação, é demagogia. Os verdadeiros problemas, não estão sendo atacados. Porque não fecham os garimpos de Poconé e tantos outros? Interesses?.....
6. Não há diminuição de desmatamento. Há sim, uma economia que levou muitos produtores a “quebrarem” nos últimos anos, por falta de apoio político. O que houve, foi falta de recursos para produzir. Não há necessidade de abertura de novas áreas, basta utilizar tecnologia para produzir. Isto é o que devem oferecer e não afagos políticos públicos entre mandatários.
7. As queimas incontroláveis que vemos hoje no Pantanal, são frutos da criação de Unidades de Conservação (SESC Pantanal, Ecotrópica,etc.), que mantidas intactas, sem o manejo do gado e a presença do homem pantaneiro, transformam-se em grandes “florestas” de invasoras que impedem até mesmo, a sobrevivências da fauna da região. Ou esses ambientalistas acham que os animais silvestres andam em áreas “sujas”? O veado campeiro, o cervo, a capivara, como todos os outros, vivem nos campos limpos e se abrigam nas cordilheiras. O resto é conversa de alguns ”pesquisadores” ou “ambientalistas” (e eu já vi esse filme muitas vezes), que sobrevivem à custa de recursos vindos do estrangeiro.
Pesquisa sem resultados práticos é engodo. Que o diga a Profª. Dra. Kátia Nunes da Cunha, Poconeana, Pantaneira, que não usa seu conhecimentos a serviço do Pantanal. Nós queremos saber: porque ela não se posicionou sobre os PL a respeito da região? Coragem e destemor é uma das características dos verdadeiros pantaneiros e a Profª. deveria saber disso. Nossa Fazenda foi pesquisada por ela, e os resultados?
Vou continuar falando neste assunto. A alma embora lavada inicialmente, carece ainda de ver mais justiça e inteligência na condução de nossa política ambiental.
Afinal, como exercer, com independência, cargos públicos na área, conduzida por indicados políticos, que depois até compõem CPI’s para apurar atos de seus próprios indicados? O Brasil está um caos. Espero que seja um prenúncio de novos tempos, porque o aquecimento global é uma realidade, quer queiram quer não, e seus efeitos incidirão sobre todos, indistintamente.
Oriana Paes de Barros é procuradora federal aposentada e pecuarista
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