A audácia do prefeito de Cáceres, Ricardo Henry (PP), de mandar incluir num concurso público uma pergunta para ressaltar o seu próprio nome, expõe o município ao ridículo e revela o quanto um gestor é capaz de fazer para se autopromover e, assim, facilitar a reconquista do mandato.

  Abertura de vagas no serviço público, se feita com critérios, profissionalismo e transparência, resulta até em dividendos políticos. No caso desse concurso de Cáceres, o maior e principal da atual administração, foram 751 vagas para auxiliares de serviços gerais da prefeitura. Mobilizou quase toda a região Oeste. Teve 11.860 inscritos.

  A questão diz o seguinte: " "Nos últimos anos, Cáceres procurou estruturar-se como importante pólo fluvial no contexto mato-grossense, incorporando-se à política de integração Latino-Americana, o atual prefeito de Cáceres é: a) Ricardo Senatore, b) Ricardo Henry, c) Ricardo Crepaldi; d) Ricardo Silva". Confira a reprodução abaixo.

   A menos de 6 meses das eleições, esse trunfo poderia até vir como bônus para o prefeito não fosse a desconexa 13ª pergunta, apresentada pela Assessoria, Consultoria, Planejamento e Informática Ltda, com sede em Cuiabá e responsável pela elaboração das provas. O tiro saiu pela culatra.

  O promotor eleitoral Wagner Antônio Camilo já prepara 3 ações contra o prefeito. Ele entende que houve propaganda extemporânea e ato de improbidade administrativa. Após a divulgação aqui e aqui da autopromoção pessoal de Henry numa das perguntadas da prova, o Ministério Público começa a receber várias denúncias de que ocorreram fraudes. Assim, o concurso caminha para a nulidade. A realização de outro só será possível após as eleições de 5 de outubro. Perde a sociedade.