O candidato de oposição à presidência do sindicato dos Rodoviários do Estado,  Francisco Osmar Aderaldo, se diz indignado com o atual diretor da entidade, Ledevino da Conceição, que, segundo ele, tenta barrar a candidatura. Reclama que um mesmo grupo está à frente do sindicato há 12 anos e, como manobra para permanecer na direção, alterou duas cláusulas do estatuto. Além disso, Aderaldo, que concorre pela chapa "Renovação e Ação", afirma que a atual gestão é pífia e não luta pelos interesses dos trabalhadores, sejam eles motoristas e cobradores de todo o Estado.  

     O sindicalista afirma que a atual administração aumentou o mandato de três para quatro anos e determinou que só poderia concorrer ao cargo aqueles filiados que tivessem 50% de presença durante as assembléias nos últimos dois anos. Nesse caso, para conseguir firmar sua candidatura, Francisco Osmar recorreu à Justiça e conseguiu a lista dos filiados aptos a votar e serem votados.

     "Eles nos disponibilizaram a listagem depois que havia encerrado o período da inscrição, mas conseguimos na Justiça que fosse prorrogado o prazo para inscrição". O candidato oposicionista argumenta que a classe está sofrendo com a administração, sob Ledevino. "Dentro desse período, várias empresas de transporte declararam falência e o sindicato não fez nada para assegurar previamente os direitos trabalhistas desses funcionários", critica.

    Para ele, o sindicato está monopolizado e não possui interesse em aumentar o número de filiados. Exemplifica que dos oito mil trabalhadores rodoviários do Estado, somente 643 são filiados. "Eles não estão interessados porque os valores destinados ao sindicato já vêm descontados na folha de pagamento", explica, numa referência à contribuição sindical.

  A eleição acontece no dia 23. O atual presidente disputa como vice, numa chapa encabeçada pelo atual secretário Olmir Justino. Para Osmar Aderaldo, o grupo permanece no poder há vários anos, por meio de manobra e remanejamentos e agora se articula para renovar o comando de uma categoria responsável por prestar serviços essenciais como, por exemplo, o transporte de milhares de passageiros. (Pollyana Araújo)