O vereador Ralf Leite (PRTB) pode ser cassado nos próximos dias. Um dos três processos que estão sob a Justiça Eleitoral aguarda apenas as últimas diligências para ser sentenciado. Houve atraso porque o juiz Aristides Oliveira Ribas, responsável pelo caso, foi designado à Corregedoria Geral e, somente nesta terça (28), o TRE aprovou a nomeação do juiz Sebastião Arruda de Almeida para a 55ª Zona Eleitoral. Caberá ao magistrado julgar o processo em que Ralf é acusado de distribuir camisetas com alusão à candidatura. A nova legislação eleitoral proíbe a prática.

   Além disso, Almeida terá que decidir se acata ou não o pedido do Ministério Público Eleitoral (MPE), que requisitou a suspensão parcial de outros dois processos. Em um deles, Ralf é acusado de comprar cartões telefônicos para presidiários em troca de votos. Já o segundo apura se o parlamentar cometeu crime de captação ilícita de sufrágio (compra de votos). O parlamentar teria distribuído vales-combustíveis a eleitores. O MP quer que o magistrado aguarde a sentença do juiz da 37ª Zona Eleitoral,  Rondon Bassil Dower Filho, que julgará os possíveis crimes na área cível.

  Bassil realizou a primeira audiência em 13 de março. Em depoimento, Ralf negou o crime e se disse vítima de perseguição. O parlamentar acusou o promotor Marcos Machado de ter “armado” contra ele devido a uma rixa antiga com seu pai, presidente do municipal do PRTB, coronel Edson Leite – saiba mais aqui. Curiosamente, Machado é o promotor dos três processos que tramitam na 55ª Zona Eleitoral e que podem culminar na cassação do mandato eletivo de Ralf.

  A segunda audiência do processo por compra de votos sob Bassil deve ocorrer no dia 5 de junho. Devem ser ouvidas as testemunhas de acusação e defesa. Em seguida será realizada as últimas diligências e apresentadas as considerações finais de ambas as partes. A sentença deve ser proferida no final de julho.

  Ralf foi detido em 6 de fevereiro enquanto praticava ato libidinoso com um travesti menor de idade. Ele foi indiciado criminalmente por exploração sexual de menor, desobediência, uso indevido de documento e desacato à autoridade. Já no âmbito Legislativo, responde a processo por quebra de decoro parlamentar. Ele teria se utilizado da prerrogativa de ser vereador para ameaçar os PMs que o detiveram.

   O parlamentar conseguiu na Justiça liminar que suspendeu os trabalhos da Comissão de Ética da Câmara. O Ministério Público também emitiu parecer favorável à suspensão do processo. “Caso a juíza acate o pedido, vamos refazer o ritual necessário em 20 dias. Já temos as informações e agora só precisaremos cumprir os prazos”, garante o relator da Comissão de Ética da Câmara, vereador Domingos Sávio. Nos bastidores, a maioria dos parlamentares torce para que Ralf seja condenado. Assim, não terão que votar a  cassação do perreetebista e, de “quebra”, assegurarão a manutenção da imagem do Legislativo. (Patrícia Sanches e Andréa Haddad)