A Delegacia Fazendária deve encerrar os trabalhos investigativos nas contas do ex-presidente da Câmara Lutero Ponce (PMDB) em 15 dias. Até agora, já foram detectadas uma verdadeira avalanche de irregularidades. O rombo deixado pelo parlamentar já teria inclusive ultrapassado os R$ 3 milhões apontados pela auditoria encomendada pelo atual presidente, vereador Deucimar Silva (PP).     Entre as irregularidades constatadas, estão a falsificação de carimbos, documentos e assinaturas. Testemunhas teriam declarado nunca ter prestado qualquer tipo de serviço à Câmara. Além disso, foram comprovadas a existência de ao menos quatro empresas fantasmas.
 
  Preocupados com a segurança do presidente da Câmara, os delegados já teriam tomado providências junto à Justiça. Os motivos da preocupação foram os consecutivos assaltos na Câmara e na casa do próprio Deucimar.  O progressista já estuda até contratação de uma empresa de segurança para monitorar o prédio do Legislativo.

   Com as fraudes encontradas até agora, já há elementos suficientes para pedir a prisão preventiva de Lutero, mas os delegados teriam decidido adiar o pedido para depois dos depoimentos das testemunhas. Além da Delegacia Fazendária, o MP encabeça outras três investigações. O TCE já analisa a auditoria encaminhada pelo presidente Deucimar e já foram protocoladas mais de 20 denúncias feitas por cidadãos ou movimentos sociais contra Lutero. Os pedidos devem ser levados a plenário somente após a conclusão das investigações da Delegacia Fazendária, já que um dos argumentos dos vereadores que votaram contra o afastamento de Lutero, é o de que não existiam elementos suficientes para comprovar a culpa do peemedebista. (Flávia Borges e Patrícia Sanches)