Velhos amigos da militância política e de cursinhos, Eliene Lima (PP) e Wilson Santos (PSDB) agora estão rompidos. Enquanto o prefeito de Cuiabá busca a reeleição, o deputado federal apóia a pré-candidatura de Walter Rabello (PP). Eliene não esconde seu ressentimento para com o ex-galinho (apelido de Santos de quando era deputado estadual e federal). Reclama do prefeito por este não ter lhe dado créditos necessários em relação ao Cuiabá-Vest, do qual ainda faz parte da grade de professor, mas não ministra aulas "por falta de tempo".

   Magoado, Eliene chamou o prefeito cuiabano de incoerente, centralizador e ainda o acusou de continuar com o Comitê da Maldade e de querer comprar Rabello para não ter concorrente na corrida por novo mandato. Eliene apoiou Santos em 2004. Ele conta ter feito um acordo com o prefeito para este expandir seu projeto do curso gratuito pré-vestibular na época conhecido como Cursinho Preparatório Comunitário (CPC). Santos cumpriu a promessa e criou o Cuiabá-Vest, mas resolveu assumir a paternidade sozinho, ou seja, não divulgou que a idéia partiu do deputado.

   "Eu comecei o Cuiabá-Vest, na época CPC, e quando apoiei Wilson, ele assumiu um compromisso de expansão. Eu doei carteiras, materiais, entre outras coisas para o Cuiabá-Vest e apesar da amizade que tinha com Wilson, considero-o incoerente com seus compromissos", alfineta. Eliene contou ainda que atualmente tem outro projeto paracido, mas é o Cursinho Preparatório para o Enem (CPE).

  O parlamentar disse ainda que Santos só pensa em si próprio e em se fortalecer politicamente. "Apesar da lembrança de gratidão pelo apoio dele quando iniciei na política, atualmente, ele (Wilson) é um centralizador. Só pensa nele mesmo. Para ele é só: Wilson-Wilson-Wilson, mais nada", critica.

  Eleições

  Eliene disse que agora atua como cabo eleitoral de Rabello com o propósito de derrotar o ex-aliado. Não acredita no desgaste do pré-candidato do PP. Acha que nesse epísódio da demissão de Rabello da TV Cidade Verde (SBT), onde era apresentador de um programa de forte apelo popular, este sairá como vítima. Acha que houve esquema para a derrubada de Rabello. "Ele (Walter) será beneficiado com toda essa história e sairá como vítima, pois não aceitou ser feito de mercadoria para ser comprado pelo senhor Wilson Santos e o presidente da emissora".

   Diz também que Santos mantém o tal "Comitê da Maldade", criado nos bastidores na campanha de 2004. Eliene disse que o grupo nunca foi desativado. Segundo ele, apenas algumas pessoas foram substituídas. Citou o nome do ex-secretário de Comunicação da Prefeitura, Pedro Pinto. "Esse comitê nunca foi desativado, apenas estava adormecido e algumas pessoas substituídas como Pedro Pinto, mas ele vem atuando no anonimato", destaca. (Alline Marques)

(22/4 - às 10h45) - Deputado nega "moeda de troca"

   Eliene Lima (PP) afirma, em nota, ter sido mal interpretado acerca dos comentários sobre o desligamento de Rabello da TV Cidade Verde (SBT). Pra o parlamentar, houve um desentendimento pessoal entre Rabello e a direção da empresa. “Na minha compreensão Walter e Beccari se desentenderam e como tal, Walter saiu da televisão. É uma atitude completamente normal diante de uma discórdia entre patrão e funcionário. Agora jamais disse que a briga se tratou de questão comercial como foi divulgado”, questiona Eliene.