No encerramento das atividades do primeiro semestre na Câmara Municipal de Cuiabá, nesta quinta (16), o presidente da Casa, vereador Deucimar Silva (PP), anunciou que vai abrir concurso público no segundo semestre para contratação de 320 servidores efetivos. Num ato raro nos últimos anos no legislativo municipal, assolado por escândalos de corrupção, o progressista revelou que teve sobra em caixa de R$ 1,7 milhão, mesmo após pagar R$ 1,6 milhão em dívidas deixadas pelo ex-presidente, vereador Lutero Ponce (PMDB), indiciado por desvio de recursos e formação de quadrilha – leia mais aqui. Também foram pagos R$ 400 mil referente à implantação do Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS) dos servidores.

   Deucimar reafirmou o compromisso “devolver” R$ 500 mil à Prefeitura de Cuiabá para que sejam adquiridas novas macas para o Hospital e Pronto Socorro Municipal da Capital (HPSMC). O duodécimo mensal repassado pelo prefeito Wilson Santos (PSDB) ao legislativo é de R$ 1,6 milhão. “Trata-se de uma doação de todos os 19 vereadores. É a maneira que encontramos para contribuir com a saúde de Cuiabá”, disse Deucimar.  Apesar dos escândalos, o progressista demonstrou que quer transparência nos atos da Câmara. “Faço todos os pagamentos necessários, sem exceder, e ainda assim economizamos R$ 1,7 milhão. Se não tivesse que pagar as dívidas deixadas pelo Lutero, já estava com R$ 4 milhões de sobra em caixa”. 

   Dentre as principais ações do primeiro semestre enumeradas por Deucimar, consta a implantação de Escola do Legislativo, divulgação dos gastos de cada vereador com a verba indenizatória repassada pela Mesa Diretora e a realização de sessões itinerantes em bairro da Capital com o intuito de aproximar o legislativo da população. “A maioria das pessoas não têm tempo de ir à Câmara assistir às sessões, principalmente por causa do trabalho. Nos bairros, temos como saber o que, de fato, as necessidades dos moradores”.

   Questionado sobre as especulações de que o vereador Ralf Leite (PRTB) estaria pressionando membros do legislativo com um dossiê que conteria supostas irregularidades na eleição à presidência da Mesa Diretora, Deucimar respondeu que o peerretebista “só fala besteira”. “Não tem nada disso. Este muleque só fala besteira e tem é que trabalhar. Não estamos aqui para passar a mão na cabeça de ninguém. Respeitamos a decisão da Justiça e, assim que pudermos, vamos votar a cassação, nem que seja em sessão extraordinária”, reagiu. (Patrícia Sanches e Andréa Haddad)