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Domingo, 30 de Março de 2008, 18h:59 | Atualizado: 26/12/2010, 12h:20
Do português e bororo nasce linguajar cuiabano
A Capital mato-grossense completa 289 anos no próximo dia 8
Cuiabá completa no próximo dia 8 de abril 289 anos de emancipação político-administrativa. Faltam, portanto,apenas 11 anos para se chegar aos três séculos de fundação. Localizada no Centro Geodésico da América do Sul, a capital mato-grossense iniciou com a descoberta de ouro às margens do rio Coxipó, por bandeirantes paulistas, oriundos da região de Piracicaba, em busca de minerais preciosos e do índio para o trabalho escravo. A descoberta do metal precioso, às margens do lendário rio Coxipó, ensejou a fundação de Cuiabá, com o surgimento do "Arraial de Forquilha", denominação dada ao primeiro povoamento que daria origem à cidade.
Diz a história que os bandeirantes formaram famílias na relação com os índios bororos. Esse contato convencionou chamar-se de cunhadismo, descrito por Darci Ribeiro como um velho costume indígena de incorporar estranhos a sua comunidade. Assim, o dialeto piracicabano, resultante do junção do português arcaico Tarandio com as línguas africanas e indígenas, que também é conhecida como dialeto caipira, passa a incorporar hábitos da família linguística bororo do tronco Macro-Jê, ao qual pertence a maioria das línguas faladas pelos povos indígenas de MT.
Entre as caracterísitcas fonéticas dessa língua destaca-se a troca da consoante lateral "L" pelo "R". Assim, alguns dizem até que o falar cuiabano origina-se dessa interação de mistura fonológica entre o português e o bororo. Esse fenômeno consonantal cabe ser apresentado como traço do falar cuiabano e causava estranheza a quem chegasse de fora. Outro traço fonético que pode estar ligado ao bororo vem nas entonações feitas de forma enfáticas, com "encompridamento" das vogais tônicas, outra herança do povo bororo.
Um vídeo com 9min56s resgata um pouco desse linguajar cuiabano, inclusive por meio de um personagem que se identifica com essa caricatura linguistica: o ator Liu Arruda (já falecido). Foi uma sugestão do leitor João Batista Araújo Barbosa.
Clique no play e confira.
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Comentários (3)
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Pedro de Souza Gonçalves | Quarta-Feira, 31 de Dezembro de 1969, 20h0010
Muito interessante. Consegui entender um pouco desse complicado, complexo e problemático linguajar cuiabano
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Gilmar Maldonado Roman | Quarta-Feira, 31 de Dezembro de 1969, 20h0010
Dois pontos a serem corrigidos: Os paulistas eram da região de Sorocaba e não Piracicaba como diz o texto. O linguajar cuiabano além dos fatores mencionados, também tem influencia do português arcaico, quanto a nasalização. Ex: coraçaó=coração, comunhaó=comunhão, perdaó=perdão.
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caroço da pracinha | Quarta-Feira, 31 de Dezembro de 1969, 20h0020
O LINGUAJAR PODE SER DO PORTUGUÊS E BORORO, NÃO VAI MUDAR NADA,PORQUE ORGULHAMOS DISSO, O IMPORTANTE É QUE CUIABÁ ESTÁ MARAVILHOSA, LINDAMENTE BELA, ORGULHO DOS CUIABANOS DE TCHAPA E CRUZ. PARABÉNS CIDADE DOS MEUS ANTEPASSADOS, DOS MEUS QUERIDOS PAIS, DOS MEUS IRMÃOS,DOS MEUS AMIGOS, MINHA CIDADE,MINHA HISTÓRIA,CIDADE DA TURMA A PRACINHA,QUE SAUDADE. F E L I Z A N I V E R S Á R I O J O V E M C U I A B Á.
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