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Quinta-Feira, 29 de Novembro de 2007, 07h:31 | Atualizado: 26/12/2010, 12h:19
Educação não é problema da empresa
A propósito do artigo “Conversa de dois assuntos”, publicado ontem neste espaço, recebi algumas interessantes contribuições, especialmente no tocante á afirmação de que não é problema da empresa a educação que produza recursos humanos para a sua instalação em Mato Grosso. Recebi do professor Luiz Carlos de Figueiredo, do CEFET-MT o seguinte e-mail, cujos trechos transcrevo, pela impossibilidade de espaço para publicá-lo na íntegra:
“Li seu artigo e me chamou atenção a frase em epígrafe. O que passo a ofertar, longe da crítica e próximo debate, é uma visão ou opinião sobre esse assunto, tão crucial aos cidadãos, que é a trajetória do desenvolvimento tecnológico brasileiro.
Seria o desequilíbrio social gerado pelo desemprego estrutural um problema da educação? Ou seria o processo de transferência de aprendizagem tecnológica um problema da educação? Bem, a iniqüidade social é grave e atinge a todos, em especial às empresas que necessitam de consumidores para gerar excessos que vão ditar o dinamismo da produção. Isso de modo simplista responde à primeira indagação. Governo e firmas devem responder às demandas sociais de modo que a assimetria estrutural seja diminuída a uma dimensão que permita a sobrevivência da sociedade no modo de produção capitalista, de outro modo é a guerra, o caos da guerra explícita da violência urbana.
“Desde a industrialização para substituição de importações, a ISI de Vargas a ao período militar, não surgiu uma política industrial que agregasse a educação como valor. É um disparate pensar a educação sem pensar o modo de produção, afinal nos educamos também para bem produzir. É por isso que assistimos a "mil" programas, sombreados, de qualificação profissional que não atendem a demanda empresarial. Portanto urge uma política industrial que transversalmente considere a formação dos quadros nacionais, inclusive gerenciais, porque também há falta de bacharéis qualificados, engenheiros por exemplo”. (...) “Os países asiáticos só aceitam a implantação das multinacionais se também implementarem a transferência de aprendizagem tecnológica através de P&D. O Governo brasileiro não tem regulamentação para P&D nas empresas. Educação, mesmo se considerar a tecnológica ou técnica, não consegue atingir o conhecimento tecnológico pleno pelo simples fato de que parte desse conhecimento é tácito, implícito
Os militares queriam que todos fossem técnicos, esse modelo trouxe para a Coréia do Sul problemas no seu desenvolvimento das ciências biológicas, humanas e sociais; a Nova Democracia não fez até agora as reformas estruturais necessárias, entre elas, a da instauração de uma política industrial. Parece-nos pesado demais exigir que a educação, um bem social da super-estrutura, tenha a chave que nos conduzirá nesse século ao desenvolvimento pleno. É hora de tratar a educação tecnológica ou técnica, e mesmo a educação básica, como política de estado e não tão somente agenda de governo, como amiúde se repete a cada governança’
Onofre Ribeiro é articulista deste jornal e da revista RDM (onofreribeiro@terra.com.br)
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