O vereador Domingos Sávio (PMDB) confirmou nesta quinta (4) que ele, Ralf Leite (PRTB), dois rapazes e outras quatro mulheres estiveram no Lago de Manso em 5 de janeiro, mas negou ter abandonado a manicure Maria José Aparecida, 33, expondo sua vida a risco. As afirmações foram feitas em depoimento ao delegado titular de Chapada dos Guimarães, João Bosco. “Todos entramos na lancha, colocamos os salva-vidas e ninguém disse que não sabia nadar”, disse. O parlamentar responde a um Auto de Infração Preliminar (AIP), que investiga se o episódio causou traumas na vítima e se o vereador “abandonou” Maria José – saiba mais aqui. Ainda conforme Sávio, quando a bebida acabou os amigos solicitaram que ele buscasse mais. “Cheguei a convidar todos a ir comigo, mas a única pessoa que quis me acompanhar foi Mauro”, enfatiza. O peemedebista alega que demorou cinco minutos para chegar ao estabelecimento comercial e efetuar a compra.

   “Na volta começou a chover forte e tive dificuldades para localizar o grupo. Demorei cerca de 15 minutos para encontrá-los”. Sávio garante ainda que ninguém estava apavorado e que a manicure não esboçou nervosismo ou alegou ter se afogado. “Cheguei inclusive a levá-la para sua casa e no trajeto ela me pareceu muito bem”.  Entre as alegações de Maria, o vereador teria tirado “sarro” dela e dito que por ser parlamentar, nada ocorreria. “Isso jamais aconteceu. Nunca usei a prerrogativa de ser vereador de Cuiabá. Essa acusação é inverídica”, garante. A manicure, que diz ter adquirido síndrome do pânico após o episódio, afirma ter procurado Ralf e Sávio para pedir ajuda. O peemedebista nega.“Nunca mais vi Maria ou falei com ela por telefone”.

  O delegado João Bosco deve arquivar a API ainda nesta quinta. Informações dão conta de que os depoimentos são frágeis, apresentam contradições e que não caracterizam nenhum tipo de crime. Por não detectar culpabilidade ou dolo, a tendência é que não seja aberto sequer um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). A partir das 14h, o delegado ouvirá Nayara e Suelem, que também participaram do passeio em Manso.

    O curioso é que o delegado encontrou dificuldades em localizar e convencer as moças a falarem. Outra, de pré-nome Janaína, recusou-se a depor e teria dito “que não participaria dessa palhaçada”. Apesar do suposto delito ter ocorrido em janeiro, a manicure registrou a queixa apenas em abril. Testemunhas relatam que o próprio motorista de Ralf, vereador que responde na Câmara a um processo por quebra de decoro parlamentar, teria levado Maria à delegacia de Chapada dos Guimarães. Domingos é  processo que pode culminar na perda de mandato do peerretebista. (Patrícia Sanches e Sandra Costa)