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Domingo, 15 de Junho de 2008, 22h:51 | Atualizado: 26/12/2010, 12h:21
Estamos assombrados
Há perigo quando a sociedade se assombra ante o desmando com a res pública.
O Rio Grande do Sul, com sua história de lutas em defesa de ideais e princípios éticos e morais, anda nauseado com o odor que exalou dos esgotos governamentais destampados pela ação da polícia federal.
Gabavam-se os gaúchos de que neste solo havia seriedade, honradez e honestidade com a gestão pública. Aos poucos, como em quase todos os Estados Federativos foram sendo desnudadas as táticas maquiavélicas e repugnantes de agentes políticos os quais, por anos a fio, foram tidos como autoridades sem a mácula da corrupção.
O castelo foi bombardeado tão de repente que o assombro abraça o dia e a noite de toda a sociedade. Foi-se a última flor do lácio. O Rio Grande é um mar de corrupção, com enormes somas desviadas para contas pessoais e suprimento de campanhas eleitorais. Enquanto isso a gestão pública se arrastou pesadamente porque não havendo recursos no tesouro todos os serviços públicos apresentaram deficiência. Servidores públicos das mais diversas categorias há muito não conseguem sequer repor as perdas inflacionárias e os serviços de saúde estadual não recebem o percentual de repasse previsto constitucionalmente, apresentando enormes deficiências e eivando de morte prematura muita gente, apenas para citar alguns dos maus exemplos de como administrar só para os interesses pessoais.
O problema, segundo as informações que vão se apresentando, não é recente. Mais provável que seja de décadas, apesar de que há um viés de defensores que diz que os homens do passado foram incapazes de cometerem ilicitudes com a proporção que hoje se apresenta. Mesmo em tempos de repressão alguma coisa teria vindo à tona.
A perda da confiança na autoridade constituída pelo próprio povo, obrigado ao voto, é coisa muito grave, porque o ente público passa a ser contestado e o respeito às regras se esvaece. A sociedade fica frágil, com fendas abertas capazes de deixar que adentre qualquer ilusionista que venda uma nova esperança.
A estação fria do inverno trouxe para os gaúchos um redemoinho de desgraças como os ventos uivantes nas noites geladas e cobertas de geadas. O descrédito toma conta das famílias e as crianças não conseguem ter heróis.
Os partidos políticos foram soterrados pela ganância do poder, apesar do discurso de cada um tentando convencer o que os fatos escancaram e deploram.
O governo, combalido, tenta ressurgir das cinzas. Não sendo uma fênix vai mancar até o fim. E tudo isso se dá porque somos omissos politicamente.
Sandra Silva é socióloga, jornalista e articulista e reside em Alegrete (RS) - sandrasilva33@yahoo.com.br
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