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Terça-Feira, 17 de Abril de 2007, 10h:32 | Atualizado: 26/12/2010, 12h:15
EUA, Brasil e energias alternativas
Assisti a um longo debate sobre a preocupação dos EUA com o aquecimento global. O assunto foi discutido por cientistas, políticos, ambientalistas, industriais, produtores rurais ou quem pudesse colaborar com o assunto.
Têm nuances levantadas por esses especialistas que trazem preocupações ao Brasil. E também a Mato Grosso. Faço um resumo do debate na parte que interessa mais ao Brasil e ao nosso estado.
1. Acreditam que o petróleo está condenado. É caro, polui muito, provoca guerras e vai acabar num horizonte não muito distante. A energia atômica não é descartada, mas o problema é onde colocar o rejeito radioativo. Buscam alternativas.
2. Uma das citadas foi o etanol. Só falaram no de milho. Mostra também que se pode produzir etanol de qualquer coisa que tenha celulose. A palha do milho, por exemplo. A conclusão é que aquele país não precisa de ninguém para se suprir nessa área. Nem tocaram no nome do Brasil.
3. Passaram para o carvão. Pode ser a alternativa. Falam que é barato e tem em grandes quantidades pelo mundo. O problema é a poluição que ele traz. Especialistas estão estudando como usá-lo sem poluir o tanto que esse combustível polui hoje. Se conseguirem encontrar uma tecnologia para isso, a coisa muda.
Grandes poluidores como os EUA, China, Índia e Rússia possuem quantidades gigantes de carvão. Com tecnologia para não poluir, eles se dariam bem.
4. A matéria mostra o que se vem fazendo para produzir energia eólica. O caso comentado foi o aproveitamento dos ventos no Texas. Ali virou mania da população, principalmente no interior e nas fazendas, ter esse tipo de energia. Aparecem números sobre o que se faz nessa área que impressionam.
5. O debate chegou à energia solar. Disseram que estão sendo construídos dois captadores gigantes dessa energia em lugares diferentes dos EUA. Que a tendência num futuro não muito distante é que a base maior da energia consumida naquele país seja a solar. Falam que ela sozinha daria para todos os gastos de energia daquele país. Pelo debate, essa é a fonte de energia que dão ênfase e acreditam.
6. Há também uma campanha nos EUA para o uso de carros híbridos. Carros que usam dois tipos de energia. Um carro mostrado e já em uso usava gasolina e é elétrico.
É momento de chamar a atenção outra vez dos nossos produtores de etanol. Se os carros híbridos forem desse tipo, mesmo que usem etanol puro ou misturado à gasolina, é de supor que o que os EUA produzem de etanol de milho e de sua palha daria para suprir o mercado interno.
Todo mundo achava, incluindo esta coluna, que os EUA não teriam condições de produzir etanol suficiente para seu consumo. Que sobraria uma parcela daquele mercado para a produção brasileira. Mas se usarem uma parte de etanol nos carros e a outra for a elétrica, talvez não precisem da nossa produção. A deles seria suficiente.
Pelo que o debate mostrou, não parece que o Brasil está sendo levado em conta pelos EUA nesse assunto. Dá para ficar com a pulga atrás da orelha com a aproximação do Brasil com os EUA para parceria em etanol e biocombustível.
Naquele país tem gente pensando além do que pensa ou quer o Bush. Não acredito que ele esteja usando esse assunto para atrair o Brasil para contrapor a Hugo Chávez. Chávez não tem tamanho para isso e, além disso, tem muitos problemas a enfrentar na Venezuela.
Tenho é outra desconfiança. Quem sabe, os norte-americanos querem estar perto de quem tem alguma informação e experiência em etanol. Depois de chuparem a laranja, como já fizeram antes em outros assuntos, jogam o bagaço fora. O Brasil não pode depender só dessa muleta. Se depender, pode ficar com a brocha na mão. Nem ao bispo pode-se reclamar depois.
Alfredo da Mota Menezes escreve em A Gazeta às terças, quintas e aos domingos
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