Três vereadores brigam pela  presidência da Câmara Municipal de Rondonópolis. Do grupo que fará oposição ao prefeito eleito Zé do Pátio, estão os republicanos Mohamed Zaher e Hélio Pichioni. Já do bloco situacionista está o veterano Lourisvaldo Manoel de Oliveira, o Fulô (PMDB). No caso de Fulô, sua esperança é que consiga atrair os vereadores Reginaldo dos Santos (PPS) e Cido Silva (PP). Ele admite que, sem os dois no seu grupo, dificilmente terá maioria.

   A partir de 1º de janeiro, o município, terceiro maior do Estado, passa a ter o peemedebista Pátio como prefeito. Hoje, o Legislativo está sob o vereador reeleito Ananias Filho, do PR, partido do prefeito derrotado nas urnas Adilton Sachetti. Pátio teve uma vitória aperdada com 49,7% dos votos válidos ( 51.775 votos), enquanto Sachetti, apoiado pelo governador Blairo Maggi, obteve 45,1% dos votos válidos (46.975 votos). O prefeito eleito está alheio à disputa da Mesa Diretora da Câmara mas, no fundo, se mostra preocupado porque o sucesso ou não de seu governo se deverá, em parte, ao comportamento dos vereadores.

  Hoje, a oposição ao novo prefeito, nas asas do PR, representa maioria. Os republicanos garantiram 6 das 12 cadeiras de vereador. Já o PMDB de Pátio assegurou 4 vagas e luta para atrair mais 2 na briga pela Mesa Diretora. "Nossa única chance é trazer mais dois vereadores para a base. Estamos conversando com Cido Silva (PP) e com Reginaldo dos Santos (PPS). Eles são a nossa única chance de vencer essa disputa com o PR", analisa Fulô, reeleito com 2.155 votos.

  O peemedebista afirma que dentro da cúpula do PR os nomes mais cotados à presidência são dos vereadores reeleitos Hélio Pichioni (3.273 votos) e Mohamed Zaher (2.973 votos). "Tudo ainda está nebuloso, mas esses dois são os nomes que despontam", admite. Mesmo assim, Fulô assegura que o PMDB não abandonará a luta e vai disputar a cadeira de presidente. "Vamos ter candidato. Se nenhum dos meus companheiros quiser, eu colocarei meu nome a disposição, mas vamos lutar", diz Fulô, numa referência a Mariúva Valentin Chaves e a Adonias Fernandes. Sobre a cooptação, Fulô diz que as conversações estão adiantadas. "Espero que eles (Reginaldo e Pichioni) venham para o nosso lado".

   Oposição

  O vereador disse ainda que não acredita em uma oposição "ferrenha" para 2009. "Espero que façam uma oposição normal, sem agressões. Afinal, quando a prefeitura vai mal a Câmara vai mal". Perguntado sobre fragilidade da base aliada, principalmente por ser minoria, Fulô descarta problemas administrativos. "Já fomos maioria na oposição e nunca desrespeitamos o povo. Projetos bons têm que ser votados e, os ruins, rejeitados. Se Pátio mandar projetos ruins também votaremos contra, do contrário eles serão aprovados".

   Já sobre rumores de que a Câmara Municipal poderia instaurar uma CPI para investigar suposta compra de votos por parte da coligação do prefeito eleito Fulô foi taxativo."Isso não é da nossa responsabilidade. A Justiça já está investigando". (Patrícia Sanches)