A última remanescente do ex-senador Jonas Pinheiro (já falecido) foi exonerada do gabinete em Brasília nesta sexta (5) pelo agora senador titular Gilberto Goellner (DEM), então primeiro-suplente. Trata-se de Juliane Pinheiro. Ela estava de licença-maternidade desde a época em que o tio faleceu, em 19 de fevereiro deste ano. Juliane se apresentou no gabinete no início da semana, após o período de licença. Três dias depois foi dispensada. Uma outra sobrinha já tinha sido "ganhado as contas".

  Aos poucos, o agricultor e senador Gilberto Goellner excluiu do quadro de assessores do gabinete os parentes e membros da família do ex-senador Jonas, que estava no segundo mandato no Congresso Nacional. Assim que tomou posse na cadeira de senador, Goellner dispensou Wilson, casado com Giani, filha de Jonas. Em outras "canetadas", exonerou também Sérgio da Silva Teixeira, o Serginho do Incra, e a jornalista Shirley O Campos, além de outros três assessores, todos ligados ao ex-parlamentar.

  A decisão de Goellner de excluir a família Pinheiro do gabinete e nomear pessoas de sua confiança acabou deixando na bronca a viúva e ex-deputada federal Celcita Pinheiro, secretária de Assistência Social e Desenvolvimento Humano da Capital. Ela declarou a amigos que considera Goellner "um ingrato", que agiu com "falta de consideração".

   Controle

   Os boletins que nomeiam e exoneram servidores do Senado não são divulgados pela internet. Para consultá-los, é preciso uma senha da rede interna do Senado ou a visita pessoal à biblioteca do Senado. Agora com a decisão do Supremo Tribunal Federal que publicou uma súmula que impede a contratação de parentes até terceiro grau nos três Poderes, os congressistas se vêem obrigados a se enquadrar a nova regra.

   Cada senador tem direito a cinco cargos de assessores técnicos, seis de secretários parlamentares e um de motorista. Alguns cargos, contudo, podem ser fracionados até seis vezes. Os valores oscilam, com o fracionamento, de R$ 900 a R$ 4,6 mil mensais. O gasto líquido mensal do Senado com folha de pagamento é de R$ 59,8 milhões mensais. Ao todo, segundo a assessoria do Senado, há 3.461 servidores efetivos e 2.785 comissionados.