Inquérito da Delegacia Fazendária instaurado para apurar fraudes em licitações da Câmara de Cuiabá aponta que o grupo do ex-presidente da Casa, vereador Lutero Ponce (PMDB), teria coagido testemunhas e manipulado depoimentos. A reportagem foi publicada na edição desta sexta (24), do jornal A Gazeta, assinada pelo repórter Téo Menezes.

   Em depoimento, o empresário Clailton Rocha Soares disse que foi procurado em 1º de junho pelo advogado e ex-funcionário da Câmara de Cuiabá, Hélio Hudson Ramos, que teria articulado, segundo a Delegacia Fazendária, as fraudes nas licitações junto com os representantes das empresas, entre 2007 e 2008, período que Lutero presidiu o legislativo. Hélio teria entrado em contato para entregar uma pasta com documentos de uma empresa que foi aberta em nome do empresário. "A pasta continha documentos da C. R. Soares que foi criada para serviços de fotocópias que ele (Hélio) admitiu que nem foram prestados", disse, em depoimento. Também teia pedido que Clailton informasse à aos delegados que tinha vencido uma licitação no valor de R$ 75,3 mil em 2008.

   A reportagem aponta que o empresário relatou ter sofrido ameaças de desconhecidos, “que lhe abordavam pelas ruas e pediam para assegurar perante os delegados fazendários que o serviço de fotocópia foi integralmente prestado à Câmara no ano passado”. No inquérito, obtido pela reportagem do jornal, Lutero também é acusado de sonegar ao menos R$ 511 mil em impostos federais, nomear servidores sem o consentimento deles para fraudar processos licitatórios e pagar parte da campanha com dinheiro público. (Andréa Haddad)

• Leia aqui na íntegra a reportagem do jornal A Gazeta