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Sábado, 29 de Março de 2008, 11h:47 | Atualizado: 26/12/2010, 12h:20
Judiciário deixa de ser intocável, destaca Lenza
O advogado, mestre, doutorando, especialista em Direito Constitucional e Processual, Pedro Lenza, disse, em Cuiabá, que o Poder Judiciário no país caminha, a passos de tartaruga, para a acessibilidade e agilidade. Autor do best seller jurídico Direito Constitucional Esquematizado, da Editora Método, que vendeu mais de 50 mil cópias, Lorenza avalia que a reforma do Judiciário vai resolver os problemas de lentidão nos trâmites processuais. Classifica essa morosidade de dano marginal do processo. O especialista ministrou palestra no 1º Ciclo Jurídico promovido pela Marcato Cursos Jurídicos.
Lenza defende as ações coletivas. Destaca, contudo, que não é preciso grandes reformas e, sim, ações pontuais. Ele também concorda com a proibição da prática do nepotismo no Judiciário, prevista na resolução do Conselho Nacional de Justiça, mas abre um parêntese quanto à necessidade de maior fiscalização. A seguir, os principais trechos da entrevista com o advogado Pedro Lorenza.
RDNews - Quais são as saídas para tornar o Judiciário mais eficiente?
Lenza - Vejo várias saídas que podem surgir com a Reforma do Judiciário. A súmula vinculante pode trazer equilíbrio e desentupir o Judiciário das causas repetidas, principalmente por conta daquelas em que o Estado é réu e que são a grande maioria nos tribunais superiores. Estamos vivendo a idéia de uma razoável duração para tramitação. A demora causa o que chamo de dano marginal do processo.
RDNews - Como vê a atuação da Defensoria Pública?
Lenza - Muita coisa pode ficar mais ágil com a ajuda da Defensoria. No Rio de Janeiro, por exemplo, isso está mais avançado. Estão exigindo mais atenção do Estado para que ele pague advogados à população mais carente. Essas são algumas medidas. O aparelhamento da Defensoria é uma tendência.
RDNews - Quais as outras tendências?
Lenza - As ações civis públicas, por exemplo, trazem decisões uniformes e evita milhares de processos com decisões diferentes para cada autor, diminui a fila de espera por julgamentos.
RDNews - O que é mais eficiente: pequenas ou grandes ações?
Lenza - As pequenas ações ganham mais efetividades. Se for grande demais, causam impactos na mesma proporção e que vão sempre achar quem têm interesse de enterrá-las.
RDNews - O sr. considera que o Brasil respeita a proibição ao nepotismo no Judiciário?
Lenza - A proibição está prestes a alcançar outros Poderes, inclusive foi reconhecida pelo Supremo. Agora, cabem as autoridades tomar as devidas providências. Há um detalhe a se pensar. Não é porque a pessoa tem grau de parentesco que ela não tem capacitação. Porém, como fazer esse controle e essa flexibilização é um problema.
RDNews - Como avalia a atuação do Conselho Nacional de Justiça?
Lenza - De modo geral, vejo que o CNJ, criado pela emenda 45 pela Reforma do Judiciário, tem um papel importante de fiscalização. É um órgão que num primeiro momento atua como controle externo, mas que não é. Ele integra o Poder Judiciário. O que tem que ficar muito claro é que eventuais decisões do Conselho que possam ser abusivas podem ser questionadas no Supremo. Em alguns momentos, o CNJ pode até extrapolar suas prerrogativas, mas é bem-vindo. Já foi questionado se era constitucional ou não. Agora, é visto como um mecanismo de fazer esse controle do Judiciário e na maioria das vezes faz bem. Mostra as fragilidades de um Poder que não é intocável.
RDNews - A regra da fidelidade partidária veio num momento certo?
Lenza - Veio, mas como toda nova regra há ainda o quê ser repensado. A fidelidade partidária é válida. É como se fosse um casamento. Tem que ser fiel. O político não pode usar do partido para se eleger. Quando a desfiliação é sem justa causa me parece razoável a perda de mandato. A questão da retroatividade me preocupa bastante. Antes era permitida. Não tinha pena. Mas isso, tem que ser repensado porque as pessoas foram pegas de calças curtas. Mas é bem-vinda com o direito ao contraditório e à ampla defesa. (Simone Alves)
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Comentários (4)
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Nivaldo Medeiro | Quarta-Feira, 31 de Dezembro de 1969, 20h0000
O evento aludido foi promovido pelo ICEC juntamente com o curso do Marcato bem como a OAB-MT. Prof. Nivaldo Medeiro - Coordenador do Curso de Direito do ICEC
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Alex Rufino da Silva | Quarta-Feira, 31 de Dezembro de 1969, 20h0000
O EVENTO REALIZADO PELO ICEC/FACULDADE DE DIREITO JUNTAMENTE COM O APOIO DO CURSO MARCATO/LIVRARIA ADEPTUS/SITE JURÍDICO: www.ejur.com.br, FOI MUITO IMPORTANTE PARA DISCUTIR E DEBATER VÁRIOS TEMAS JURÍDICOS ATUAIS. ESTÃO TODOS DE PARABÉNS PELA ORGANIZAÇÃO DO EVENTO. O DR. PEDRO LENZA, RESSALTOU A IMPORTÂNCIA DA SÚMULA VINCULANTE PARA UMA MAIOR CELERIDADE DAS DECISÕES JUDICIAIS.
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cicero ferreira | Quarta-Feira, 31 de Dezembro de 1969, 20h0000
caro professor ,por motivos de estar passando por um momento dificil ,venho por meio deste email pedir uma doação de alguns livros seus, pois atualmento estou desempregado,e não tenho condições algumas de comprar qualquer tipo de livros. Por isso tenho medo de pegar dp na faculdade por não ter livros para estudar em casa , tudo bem é inconveniemte ficar pedindo, mas como é por uma boa causa não tenho vergonha não, pois éu sei que é pro meu futuropro mestre pode não ser nada mas pra mim é algo de muita importancia ficarei muito grato se puder me ajudar , e te garanto que deus ira te dar em dobro. por favor me ajude.
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Lívia | Quarta-Feira, 31 de Dezembro de 1969, 20h0000
Por favor, gostaria de saber o contato
do Pedro Lenza! estamos organizando um Ciclo Jurídico de palestras em minha faculdade
e nos honrrariamos com sua presença!
Grata Pela atenção!
Lívia
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