O juiz da 49ª Zona Eleitoral de Várzea Grande, Cléber Freire da Silva Pereira, condenou o pré-candidato a prefeito de Várzea Grande, Júlio Campos (DEM), e o Jornal Folha do Estado a pagar multa de R$ 45 mil cada um. Além destes, a Justiça ainda multou em R$ 30 mil o Instituto Prodata, por ter feito pesquisa de intenções de voto favorecendo Júlio Campos. A publicação na Folha do Estado ocorreu em 14 de março deste ano e, segundo a decisão judicial "pediu votos escancaradamente ao democrata", caracterizando abuso de poder econômico.

   Ele relata que o Instituto Prodata arcou com os custos da pesquisa, porém, avalia que houve interesse do instituto em realizar essa amostragem. Quanto ao veículo de comunicação, o magistrado afirma que a Folha do Estado não se restringiu somente a divulgação da notícia. "Ao contrário, em primeira página, com destaque, colocou a foto do pré-candidato e somente dele, com a seguinte frase: Júlio Campos cresce na disputa e já encosta em Maksuês Leite em Várzea Grande".

   Outra falha, segundo a Justiça Eleitoral, está no questionário feito pelo Prodata, que trouxe a seguinte pergunta: "Se o senador Jaime Campos pedir para você votar em um candidato a prefeito, qual sua reação". Cléber Freire avalia que trata-se de pressão psicológica feito ao eleitorado. "É nítida a tentativa de vincular o cargo, o poder e a atual situação do senador Jaime Campos à candidatura do seu irmão Júlio Campos. A conotação de influência oriunda do vínculo entre os dois irmãos ficou cristalina mediante a pergunta supracitada", disse.

    O juiz destaca que o ato é ilegal, já que a propaganda eleitoral será permitida a partir de 6 de julho. Além disso, ainda afirma que a divulgação é incorreta, pois após esse período são liberadas as propagandas pagas, por se tratar de veículos de comunicação de propriedade privada, ao contrário do rádio e da televisão, que são concessões do poder público. (Pollyana Araújo)