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Segunda-Feira, 28 de Maio de 2007, 03h:38 | Atualizado: 26/12/2010, 12h:15
Mais preparo à nossa polícia
Dois graves episódios ocorridos em menos de um mês servem de alerta ao governo Blairo Maggi quanto às ações ostensivas da nossa gloriosa Polícia Militar, paga, bem ou mal, para cuidar da integridade física do cidadão.
Primeiro, policiais agem com truculência durante operação de desarmamento em fazendas na região do Araguaia. Os relatos de trabalhadores, que denunciaram agressões e torturas, são de arrepiar.
Segundo, uma simulação desastrosa de resgate de um refém feita em Rondonópolis, no sábado, por homens de elite da PM resulta numa tragédia. Ao invés de usarem balas de festim, utilizaram projéteis de verdade durante a apresentação num bairro da periferia. Um menor de 13 anos acabou assassinado e vários civis ficaram feridos.
A cena que não deveria sair da ficção ganhou realidade e agora corre o mundo. Está sendo exibida nos principais telejornais. Essas imagens dos instantes que antecederam a invasão no ônibus já mostravam que a ação era incompetente, pois os PMs não tiveram cuidado de verificar a própria munição.
O governo pode até alegar que esses dois fatos retratam situações isoladas, mas no imaginário popular cresce ainda mais a concepção de uma polícia bandida, truculenta e que mata sem dó. Somos ainda um Estado que figura nas primeiras colocações no mapa da violência. Mas, ao longo dos anos, conseguimos apagar da memória das pessoas antigos comentários de que Mato Grosso, por força dos fortes e agravantes conflitos no campo, era terra sem lei, com predominância do 44.
Agora, com esses episódios de violência policial condenáveis em todos os sentidos, a luta deve ser para não permitir o resgate da imagem do passado. Para tanto, são necessárias providências e ações governamentais urgentes. Nossos policiais são mal remunerados e, de um modo geral, necessitam de um maior preparo. Isso pressupõe investimentos.
O governo precisa atacar o cerne da questão: a inabilidade da Polícia Militar em lidar com situações de conflito armado. A culpa pelo despreparo da tropa não deve recair sobre o soldado. Soma-se a isso o soldo irrisório pago a esses homens e mulheres que arriscam a vida diariamente (o salário de um policial militar em início de carreira é inferior a R$ 1,5 mil).
Os brasileiros clamam por uma polícia mais justa, humana e adestrada, capaz de reagir com firmeza à bandidagem, sem expor a riscos pessoas de bem. Policiais não podem ser algozes do cidadão, tampouco vítimas do descaso.
Romilson Dourado é jornalista, editor de Política de A Gazeta e escreve neste espaço às segundas-feiras
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