Após concluir Comunicação Social no IVE, em Várzea Grande, Carlene foi para a Flórida, onde trabalhou como babá, doméstica e cozinheira até entrar numa universidade, vender biquínis e ganhar fama, agora como dona da Manga Rosa

 Aos 34 anos, Carlene Santos é uma das raras mato-grossenses que estão fazendo sucesso nos Estados Unidos. Ela se formou em Comunicação Social pelo Instituto Várzea-Grandense de Educação (IVE), mas não quis saber de se dedicar ao jornalismo. Hoje reside na Ilha de Palm Beach (na Flórida), a menos de duas horas do norte de Miami. Ele virou empresária de moda e estilista. É proprietária da famosa marca internacional Manga Rosa.

  Em comentário encaminhado ao RDNews neste domingo (5), Carlene revela que até o final deste mês retorna a Mato Grosso para, no mês seguinte, lançar sua marca no Brasil. Empolgada, ela recorre à frase que marcou o início do primeiro discurso do novo presidente dos Estados Unidos Barack Obama, quando declarou que "aqui, todos os sonhos são possíveis“. Segundo ela, para muitos brasileiros, essa frase também se tornou realidade. "Os Estados Unidos ainda são o sonho de muitos brasileiros, mesmo com a crise. É o país da oportunidade", enfatiza Carlene.

  Sua história de vida é um belo exemplo de persistência por um ideal. Ela é filha caçula de uma família de quatro irmãos. "Sempre estudei e trabalhei desde a adolescência e resolvi partir para os EUA, em busca de aprender uma nova língua". Carlene conta que, em princípio, queria apenas estudar inglês. "Depois, decidi que aqui eu iria vencer na vida". Chegou nos EUA sem pronunciar uma palavra em inglês. "Trabalhei como hostes de restaurante, doméstica, babá e cozinheira. Não foi fácil. O início é duro e, por isso, muitos desistem. Com o dinheiro que recebi, fui sobrevivendo e logo me matriculei numa universidade em West Palm Beach, na Flórida."

   A mato-grossense afirma que na própria universidade começou a vender biquínis do Brasil. "A Flórida é muito quente e os nossos biquínis são sensacionais e percebia que as universitárias iriam gostar". Lembra que quando morava no Brasil, aprendeu a costurar e, já na Flórida, começou a desenhar e a vender biquínis, chegando a 100 peças por semana. "Fiquei conhecida como Carlene Biquíni”, relembra a hoje empresária. Conta que as universitárias compravam as peças por causa do design diferente e por se tratar de um produto brasileiro. Com o dinheiro das vendas, a jovem brasileira conseguiu abrir sua primeira loja num shopping. Seis meses depois mudou para um espaço maior, já numa avenida badalada. Sua marca ganhou capa de revistas - confira aqui.

   “Consegui o reconhecimento da mídia. Acrescentei vestidos e jóias artesanais, como feitas de sementes, e de capim dourado. Consegui um reconhecimento jamais esperado. Resolvi criar um grupo de moda chamado Palm Beach Fashion Connection (Palm Beach conexção da moda), juntamente com a também brasileira Barbara Villas. O grupo fez contatos com pessoas no setor de moda e em seis meses se tornou referência no mundo da moda no Estado da Flórida, despertando atenção de griffes como Cartier, Ralph Lauren, WCPC (Woman Chamber of Palm Beach county ( câmera do comércior da mulher de Palm Beach County).

   “Nosso objetivo é fazer grandes shows (eventos e desfiles ) e conectar todos os fashionistas da área da moda. MangaRosa, nome da grife da brasileira, virou um sucesso internacional, segundo avalia a própria Carlene. Ela emplacou artigos e reportagens nas revistas Fortune Small business, Tyra Banks Show e Sports Illustrated Magazine - veja aqui.

   Carlene destaca que sua marca agora é exclusiva para boutiques de luxo nos EUA. Ela continua desenhando sua coleção de biquínis e maiôs, vestidos e bolsas que são produzidos no Brasil. “Se precisasse faria tudo novamente. Trabalhei como babá, cozinheira, recepcionista sete dias por semana. Trabalhei duro, mas no meu caso me considero uma vencedora. O sonho americano se tornou uma realidade para mim", diz a mato-grossense. (Romilson Dourado)