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Sábado, 08 de Março de 2008, 09h:03 | Atualizado: 26/12/2010, 12h:19
Mulheres vencedoras
Todo ano é a mesma coisa: homenagens, entregas de títulos, elogios, discussões, etc., etc., etc.
Ah! É o Dia Internacional da Mulher e mister se faz homenageá-la. Ela deve ser tratada com carinho, amor e nela não se bate "nem com uma flor"...
Primeiramente, como mulher, não vejo com bons olhos essas coisas de uma vez por ano. A mulher é mãe, esposa, profissional (quando eles permitem), cuida da casa e de tudo que diz respeito à sua família, o ano inteiro, a vida inteira. Merece respeito por isso e não discursos oportunistas.
Apesar de toda nossa luta, ainda somos discriminadas. Principalmente em atividades tidas como "de homens".
Vejam bem, o mundo evoluiu e a mulher tem uma grande participação em muitas conquistas.
Mulheres jornalistas, advogadas, juízas, procuradoras, médicas, donas de casa, empresárias, produtoras rurais, executivas, ocupantes de cargos públicos, deputadas, senadoras, vereadoras, governadoras, Prefeitas, secretárias domésticas, professoras, dentre tantas outras, mostram ao mundo de hoje, que já não somos as mesmas e, aliás, vejo com grande orgulho, que as mulheres têm demonstrado tenacidade, decisão e coragem nas áreas onde atuam. Têm mais coragem que a grande maioria dos homens que ocupam os mesmos cargos ou desempenham as mesmas atividades. Já venceu barreiras e sabe lidar com elas.
A mulher tem a capacidade de sintonizar-se com o mundo, suas fraquezas e misérias, adotando sempre, onde está, posições permeadas de sensibilidade. Age com a razão, mas coloca também o coração em tudo aquilo que faz. Tem uma visão ampliada da sociedade, porque ela forma seus filhos, educa, instrui, prepara para a vida e, não poucas vezes, até contribui para criar machistas, o que não é demérito, porque ela é apenas o elo de uma corrente que vem de muito tempo, e que está sendo rompida mais decisivamente, agora.
As barreiras ainda existem? É claro, pois afinal ainda vivemos em uma sociedade "comandada" por homens. Não tão bem comandada, mas ainda funciona assim.
Questionemos então: por que não avançamos mais?
Resposta: Porque a grande maioria de nós ainda é dependente do homem e porque eles não aceitam nosso avanço, quando este ameaça o "reino masculino".
Então, qual deve ser a nossa atitude? Avançar, sem fazer isso de uma forma agressiva ou feminista. Simplesmente avançar, porque podemos fazer isso. Devemos fazer isso.
Os percalços óbvios aparecerão, porém não há nada neste mundo que possa tirar uma mulher determinada de seu caminho. Ela o traçou e ninguém pode mudá-lo ou interrompê-lo.
Vejam a atuação das mulheres na imprensa, o "quarto poder". Já ocupam postos de comando e dirigem jornais, canais de televisão, sites, enfim, estão tão presentes, que conseguem e possibilitam a abertura de novos caminhos para outras mulheres, que já têm seu espaço, ou estão em busca dele.
Não obstante as resistências e os princípios machistas ainda latentes, as mulheres são vencedoras e ainda percorrerão um árduo e longo caminho para a consolidação de seu papel na sociedade e no poder, o que indubitavelmente, trará nova luz ao mundo.
Não vou falar sobre os homens, seja mal ou bem, não vem ao caso e eles não são empecilhos à nossa luta - embora pensem que são-, afinal, eles cumprem um papel que é importante para nós mulheres, determinado pela natureza. E "Deus criou o homem e a mulher"... Então, nem mais, nem menos.
Acho que na verdade, as mulheres incomodam quando são inteligentes, independentes, guerreiras, e se sobressaem com classe, competência, lisura e grandeza em tudo que fazem.
Saúdo todas as mulheres, onde estiverem, não pelo Dia Internacional da Mulher- que surgiu em função de outras aguerridas que por aqui passaram-, mas por serem vitoriosas em todas as suas lutas, sem perder sua essência e sua alma de mulher. Eu as saúdo no seu labor diário, derrubando preconceitos e conquistando espaços, todos os dias, todos os anos de suas vidas.
Mulheres vencedoras, é o que somos todas nós, que rompemos barreiras, abrimos caminhos e deixamos nossas pegadas em solo firme, que ninguém poderá apagar. Para as novas gerações, deixamos conquistas, para as que nos antecederam, orgulho e redenção, o mesmo que nos darão as que nos sucederem e que homenageio nas pessoas de Nicolle e Sofia, duas pequenas mulheres, pantaneiras, guerreiras, vencedoras, como todas que ainda estão por vir.
Oriana Paes de Barros é procuradora federal aposentada e pecuarista
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