A secretária municipal de Saúde de Barra do Garças, Daniela Salun, confirmou nesta sexta (18) em entrevista ao RDNews a primira morte pelo vírus H1N1, popularmente conhecida como gripe suína. Exames laboratoriais confirmaram a presença do vírus numa criança xavante de 2 anos, da aldeida São Marcos (a 120 km de Barra do Garças).

   Segundo Salun, a criança começou a passar mal e foi encaminhada para o Hospital Materno Infantil, em Goiânia, onde faleceu, no início do mês. Mesmo assim, a confirmação do exame só saiu na semana passada. Este é o sexto óbito confirmado em Mato Grosso pela gripe suína e o primeiro de um índio em todo o país. Outras duas crianças morreram recentemente, uma em Barra e outra em Aragarças (GO), mas a secretária de Saúde nega que tenha sido pela gripe suína. A causa, segundo Daniela, seria pneumonia nos dois casos. "Os sintomas são parecidos e, por isso, a população confunde e fica nessa aflição" explica.

   Sobre o monitoriamento deste caso, Daniela diz que a saúde índígena é de responsabilidae da Funasa, que deve  monitorar e evitar uma possível epidemia nas aldeias. ainda assim, segundo ela, a prefeitura deve ajudar. "Nós vamos prestar apoio naquilo que for necessário" finalizou.

   A etnia xavante é a maior de Mato Grosso, com 15 mil índios, e ocupa nove áreas nos municípios de Barra do Garças, Nova Xavantina, Campinápolis, Água Boa e General Carneiro. A suspeita sobre a gripe suína nas aldeias foi levantada pelas lideranças jovens que convidaram o procurador da República, Mário Lúcio Avelar, para verificar o problema. "Idosos e crianças estão morrendo nas aldeias. Queremos mudança na Funasa" destacou Edmundo Omore, presidente do Condise e líder Xavante. Luiz Henrique, chefe da Funasa em Barra, já foi exonerado. Hoje responde interinamente o funcionário João Martins. (Ronaldo Couto, de Barra do Garças)