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Quinta-Feira, 25 de Outubro de 2007, 09h:36 | Atualizado: 26/12/2010, 12h:19
Na boca do povo
Meus caros amigos, preciso tocar em um assunto hoje que diz respeito a algumas pessoas que vivem na boca do povo, que são os meus colegas cirurgiões dentistas. Hoje é o dia do cirurgião-dentista brasileiro.
Sempre que chega este dia, me vem à tona a lembrança de quando conversava com meu pai sobre que profissão deveria seguir e ele me deu uma idéia: "Por que você não faz odontologia?". Sábias palavras. Sem saber o porquê (embora o meu dentista, na época, trabalhando quatro horas por dia, possuía carro do ano e fazenda), resolvi aceitar a indicação (lição um que aprendi: assuma as suas escolhas). Era agosto de 1988, primeiro dia de aula. Lembro-me como se fosse hoje o momento em que tive acesso a minha grade de horário. Só tinha os "logia" da vida e seus complementares. Era fisiologia, biologia, histologia, bioquímica, anatomia, e outras "cocitas más". Quase fui acometido com a Síndrome do Pânico! Não tinha nenhuma língua portuguesa da vida para salvar o ano (lição dois: existem pedras em seu caminho). Mas como todo ser humano é capaz de se adaptar às adversidades, quatro anos depois estava eu formando. Para quem não sabe, sou cirurgião-dentista com muito orgulho.
Vocês podem estar se perguntando: "Por que um sujeito que trabalha com gestão organizacional diz que foram sábias palavras de seu pai quando este lhe deu a idéia da odontologia?"
Existe uma ampla relação entre as áreas biológicas, exatas e humanas que, na minha modesta opinião, chega a ser insano separá-las. Para ser um bom gestor é preciso conhecer os fundamentos humanos para podermos entender o comportamento das pessoas, seus processos biológicos, inclusive os de aprendizagem. Assim como nunca separei as pessoas de suas bocas na odontológica, nunca devemos tratar um colaborador como mero prestador de serviços que tem que cumprir prazos e dane-se o resto. Certa feita, visitando uma organização, o responsável pela segurança no trabalho me disse, todo contente, que os colaboradores não faltavam ao trabalho, mesmo estando gripados, visto que havia uma premiação no fim do ano. Normalmente se aceita que as máquinas parem para a manutenção, mas o ser humano não. É falta de comprometimento! Agora, imagine você, a insanidade: deixar um colaborador ir ao trabalho muito gripado. Em primeiro lugar, este não vai render o que pode. Estará de corpo presente, mas não de alma. E mais, pode transmitir a gripe para outros colaboradores e criar uma epidemia - dependendo da fase da gripe. Com isso, com certeza, vai haver uma perda de produtividade, mesmo com índice de abstenção ao trabalho sendo zero (ou próximo dele). Por essas e outras, sou grato ao meu pai por ter dado a idéia e pela minha mãe que, junto com ele, suportou um longo período de dificuldade para poder me dar a formação na área de odontologia (e a um outro irmão, também). Isso está sendo fundamental para poder exercer o meu papel na gestão organizacional (lição três: agradeça as pedras, às vezes elas formam o caminho).
Eu gosto de tocar nesse assunto para poder falar de dom. Eu descobri que o meu maior dom não está na odontologia, embora seja apaixonado por ela. Aprendi, também, que, embora você possa não ter o dom para algo, isso não o impede de ser competente naquilo que faz. Fazer algo é escolha e decisão sua (lição 4: fazer com competência - em qualquer circunstância - é obrigação).
Com a oportunidade que alguns colegas tem me dado para trabalhar a gestão na área odontológica, continuo a minha jornada para colaborar, de um outro jeito, com a saúde bucal de nosso estado. Aproveito para parabenizar a todos os colegas, cirurgiões-dentistas, pela importante data. Data esta, duplamente especial para mim, visto que minha querida mãezinha aniversaria (esta que colaborou com dois dentistas para a sociedade). Mesmo a mais de mil quilômetros (sei que ela vai ler pelo www.gazetadigital.com.br), que ela sinta a nossa presença (lição 5: a distância, se você quiser, não separa vidas). Com carinho. Parabéns!
Claudinet Antônio Coltri Júnior é consultor organizacional nas áreas de marketing e gestão de pessoas, cirurgião-dentista, coordenador e professor universitário do Univag e escreve em A Gazeta às quintas-feiras (junior@coltri.com.br)
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