Após adiar o depoimento previsto para esta quarta (8) a pedido do advogado de defesa aulo Taques, o ex-presidente da Câmara de Cuiabá, vereador Lutero Ponce (PMDB), presta depoimento na Delegacia Fazendária. Ele chegou na surdina, no final da tarde desta quinta (9), para evitar ser flagrado por repórteres. O interrogatório teve início no final da tarde desta quinta (9), pela delegada titular Luzia de Fátima Machado, e pelos delegados Massao Ohara e Maria Alice Amorim. Na análise das contas do peemedebista, exercício financeiro 2007 e 2008, os delegados constataram rombo de R$ 7,5 milhões nos cofres do Legislativo cuiabano. Diante disso, pediram a prisão de 11 pessoas na Operação Crepúsculo, entre servidores comissionados da Câmara e empresários envolvidos no suposto esquema de fraude nas licitações para compra de equipamento e prestação de serviços - saiba mais aqui.

   Lutero é o último dos envolvidos a prestar depoimento. O interrogatório deveria ter ocorrido nesta quarta (8), mas foi adiado porque Taques teve problemas familiares. Segundo a delegada Luzia de Fátima, a expectativa é de que o inquérito seja concluído ainda nesta quinta. "Só não terminaremos hoje se for apresentado algum fato novo", adiantou. Caso consiga encerrar os procedimentos, ela entregará nesta sexta (10) o inquérito ao Ministério Público Estadual, órgão responsável por denunciar formalmente os indiciados à Justiça, e ao Fórum Criminal de Cuiabá, onde deverá ser distribuído para o juiz da 15ª Vara Criminal de Cuiabá, José Arimatéia Neves Costa. Doze pessoas devem ser indiciadas: Lutero, Luiz Henrique, os servidores Hélio Hudson Ramos, Marcos Davi de Andrade, Ulysses Reiners Carvalho e Hiram Monteiro da Silva Filho, além dos empresários Patrícia Bueno Mussi, Emanuela Dias Bentes Monteiro, Michel Padilha da Silva, Jones Teixeira Barbosa e Arnaldo Pedroso da Silva.

   Eles deverão responder pelos crimes de formação de quadrilha ou bando (com pena prevista de 1 a 3 anos de reclusão), falsidade ideológica (1 a 5 anos), falsidade de documento particular (1 a 5 anos), falsidade de documento público (2 a 6 anos), peculato (2 a 12 anos) e fraude à licitação (2 a 4 anos). (Andréa Haddad)

(19h20) - Após depoimento, Lutero é indiciado pela Delegacia Fazendária

   Após a conclusão do depoimento que durou cerca de 45 minutos, na tarde desta quinta, na Delegacia Fazendária, o vereador Lutero Ponce foi indiciado pelos crimes formação de quadrilha ou bando, falsidade ideológica, falsidade de documento particular e público, peculato e fraude à licitação. Lutero, por sua vez, garantiu que não teme ser preso. "Não devo, logo não temo. O povo me elegeu e eu vou continuar na Câmara", disse o ex-presidente. Segundo o assessor jurídico do peemedebista, Paulo Taques, afirmou que nunca existiu crime algum. "Essas acusações não procedem e não têm fundamento". A delegada Luzia de Fátima Machado pediu ainda a quebra do sigilo bancário de Lutero. Agora, o inquérito será entregue nos próximos dias ao Ministério Público e o ex-presidente deve passar de indiciado a réu.