As eleições no PT em Cuiabá neste domingo foram marcadas por troca de farpas e brigas entre militantes. Houve confusão no Jardim Vitória, um dos 10 locais de votação, logo após o encerramento e lacre dos envelopes que foram levados para apuração e totalização dos votos na sede do partido. Na hora da saída, os mesários Claudionei e Nestor foram interceptados pela tropa de choque dos deputados federal e estadual, respectivamente, Carlos Abicalil e Alexandre Cesar. Valdemir Pascoal, assessor de Alexandre, e Lígia Viana, também ligada ao grupo Unidade na Luta, foram acusados de tumultuar o processo.

   O filiado identificado por Taba, que toca projeto da rádio comunitária do Jardim Vitória sob "patrocínio" de Abicalil, tentou evitar a saída dos mesários, que estavam pilotando uma moto, e acabou atropelado. A polícia foi acionada. Minutos depois de ambos chegarem à sede do PT com as urnas de votação, policiais compareceram ao local e queriam detê-los, mas foram impedidos de entrar dentro do prédio do partido. A saída foi levar todos envolvidos na confusão para o Cisc Verdão. Prestaram depoimento à polícia.  O presidente do PT da Capital, Vilson Aguiar, candidato à reeleição, acusa alguns integrantes do grupo de Aparecido Mendonça, que concorreu sub judice e tem respaldo de Abicalil e Alexandre, de promover confusão para motivar impugnação da eleição. Cada filiado que compareceu às urnas teve direito a votar seis vezes - para presidentes nacional, estadual e municipal e para chapas também nos três níveis. O resultado completo das eleições deve sair na terça (24). O mandato é de três anos.

   Na briga pelo diretório de Cuiabá concorrem, além de Vilson e Aparecido, o engenheiro Urbano Reis, o Índio, da corrente Utopia e Vida, e Robson Cireia, do grupo O Trabalho. Nessa divisão de tendências, o que acirra os embates internos, Vilson conta com apoio da senadora Serys Marli, que insiste no projeto de reeleição em 2010, enquanto Cido é respaldado por Alexandre e Abicalil, que entrou no páreo também parta o Senado. Como Vilson e Cido polarizam a disputa, quem ganhar o diretório da Capital, que congrega maior número de filiados dos municípios mato-grossenses, dará passo importante para definição da candidatura majoritária.

   Já na briga pelo Regional estão o próprio Abicalil, presidente e candidato à reeleição, o vereador cuiabano Lúdio Cabral, a ex-deputada Vera Araújo, o professor Domingos Garcia e o servidor público Zelandes Santiago. Abicalil é o favorito. Para o comadno nacional, seis estão no páreo, mas o favorito é o ex-senador José Eduardo Dutra (SE), ex-presidente da BR Distribuibora, braço da Petrobras. A tendência é que ela vença no primeiro turno. Ele é o candidato da corrente majoritária e agrega apoios importantes, como os dos grupos Novo Rumo e PT de Lutas e Massas, que tiveram candidatos em 2007, e tem respaldo da chamada turma do mensalão.