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Terça-Feira, 29 de Maio de 2007, 03h:31 | Atualizado: 26/12/2010, 12h:15
O culpado é quem puxou o gatilho?
O culpado é quem puxou o gatilho? No momento estamos todos tentando entender o que aconteceu no Jardim das Flores. São muitos os termos para resumir o acontecido. Uns dizem que foi uma fatalidade, outros que foi um erro, enfim cada um tem uma definição. Os de mente mais fértil dizem que foi sabotagem… Houve um erro e isso é inquestionável, mas vejo quem apertou o gatilho como o menos responsável por essa tragédia. Aliás, se foi um caso de troca de arma, tem que se louvar o fato do policial não ter descarregado a arma. Já pensou 7 cartuchos de escopeta cada um com 33 chumbos, disparados em meio da criançada? A tragédia poderia ter sido maior.
Sobre a simulação em si, é bom lembrar que em outra oportunidade já havia ocorrido um acidente. Foi na cidade de Alto Taquari, onde no mesmo cenário um policial daqui de Rondonópolis quase perdeu a perna, após o estouro de uma bomba. Após tal acontecido, o Comando Regional bem que poderia ter deixado essa simulação restrita aos muros do 5º BPM (Batalhão de Polícia Militar). A infelicidade do Comando Regional foi imensa ao escolher a mesma simulação para as crianças do Jardim das Flores, esse é o ponto que venho há dias tecendo ressalvas. Não tenho nada pessoal contra qualquer comandante, mas abomino visceralmente esse modelo pirotécnico de polícia.
Polícia não precisa dar show, isso é assunto para artista. Tenho conversado com os policiais militares e vejo que os próprios estão descontentes com o modelo de segurança aqui implantado. A PM em Rondonópolis está à beira de um ataque de nervos. É como se fosse uma panela de pressão prestes a explodir, há um conflito silencioso entre o comando e os comandados.
Infelizmente, temos que admitir, Rondonópolis não tem se dado bem com alguns comandantes que vem para cá. Parece até que a cidade está sendo vista por esses senhores como catapulta para se promoverem ao comando geral. Viramos o laboratório da PM. Tínhamos aqui a Polícia Comunitária onde a PM interagia com a comunidade muito bem. De repente, é implantado o “novo modelo” e aí dá nisso.
Esse modelo é cruel, não foi o primeiro problema, e se continuar essa forma de comando, não vai ser o último. O ser humano não consegue viver sobre pressão o tempo inteiro, uma hora vai errar. Nesse caso mesmo, os policiais trabalharam a noite inteira e tiveram ainda que ir fazer a apresentação no Jardim das Flores. Não sei o que houve, mas pra alguém entorpecido pelo sono ter trocado, ter pego uma arma carregada com munição real por engano é mole mole… Tente ficar uma noite acordado pra ver como você estará de manhã?
Eu vi o comandante falando em revista de 4 olhos, em protocolos de segurança… Ocorre que essas coisas funcionam muito bem em circunstancias normais, não com um sujeito que passou a noite em claro. Mas, o cenário já está traçado, as entrevistas do alto comando deixam claro. O negócio é achar quem puxou o gatilho, crucificá-lo e, com isso, recorta-se a cena do crime retirando dela os verdadeiros responsáveis. Salva-se o comando e até a próxima tragédia.
José Medeiros reside em Rondonópolis e é suplente de deputado federal pelo PPS (hade@bol.com.br)
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