Junto com a representação, a Moral relaciona 15 nomes que seriam "fantasmas" ou que constituem nepotismo cruzado
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 O Movimento Organizado pela Moralidade Pública e Cidadania (Moral) ingressou nesta quarta (29) junto à Procuradoria-Geral de Justiça do Estado, sob Marcelo Ferra, contra a Assembleia Legislativa. Solicita apoio do Ministério Público para ter acesso a uma cópia do lotacionograma do Legislativo mato-grossense. Sustenta que, mesmo sob determinação do Tribunal de Justiça, a Mesa Diretora não disponibilizou a lista de servidores.

  Na representação, a Moral sustenta que a AL "fingiu ter cumprido a ordem judicial e encaminhou ao Judiciário um listão com nome e a lotação daqueles que seriam seu serviodores". Observa que o lotacionograma deve informar o nome do servidor, o cargo, a função, a lotação, sua condição, se é do quadro ou requisitado e o valor dos proventos. De acordo com a Ong, "o listão apresentado não segue a mínima ordem, nem alfabética e nem traz os nomes agrupados por local de lotação, o que dificulta identificar, por exemplo, quantos servidores existem em cada gabinete.

   "Constatou-se um número exagerado de servidores a serviço do Sindicato (Sindilegis), da Associação (Asalmat) e da Cooperativa (Credilegis). Todas são entidades privadas e se tiverem servidores à disposição, os proventos devem ser pagos pela entidade requisitante. É a Lei! A Cooperativa é uma entidade econômica, como pode ter servidores públicos a seu serviço e com ônus para o Estado?", questiona.

    Listão

    A Ong apresenta, ao final da representação junto ao PGJ, o que chama de "alguns casos de denúncias sobre pessoas que constam no listão da AL". Relaciona 15 nomes, entre eles o de Tassia Fabiana Barbosa de Lima, filha do desembargador Jose Jurandir e estudante de Medicina Veterinária em tempo integral na Unic, e também de José Luiz de Carvalho Filho, que, de acordo com a denúncia, é filho do também desembargador José Luiz de Carvalho Precisa. Seriam dois casos de nepotismo cruzado, aponta a Moral.

    Entre outros, aparecem na relação o ex-deputado Emanuel Pinheiro, que não dá expediente na AL, assim como o jornalista Aléssio Pinto, que presidia a Associação de Moradores da Morada do Ouro e possui um jornal no Grande CPA; o vereador cassado por Santo Antônio do Leverger, Eugênio Vieira de Figueiredo, que mora no município; o ex-prefeito de Poxoréu, Linderberg Ribeiro Nunes Rocha e Tânia Mara Chaves Daldegam, irmã do secretário estadual de Meio Ambiente, Luiz Henrique Daldegan. Até o coordenador do PAC em Cuiabá, Aparecido Alves de Oliveira, o Cido, que atua no escritório da deputada federal Thelma de Oliveira; e o médico João Francisco de Campos, irmão dos ex-governadores Júlio e Jaime Campos, são citados na representação.

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Clique aqui e veja a íntegra da representação da Moral

(30/4 - às 9h) - Cido diz que foi cedido do Estado para AL e agora à  Prefeitura de Cuiabá

  Aparecido Alves de Oliveira, o Cido, garante que não é fantasma da Assembleia, como acusa a Ong Moral. Ele explica que é servidor efetivo do Estado. Está lotado como geógrafo do Instituto de Terras do Estado (Intermat), de cujo órgão já foi presidente no governo Dante de Oliveira (1995/2002). Cido diz que sua carga horária é de 30 horas semanais, ou seja, de meio-período. Fez essa opção quando da mudança do regime de celetista para estatutário. O militante tucano é um dos poucos servidores do Estado contratados por meio-período. O curioso é que há vários anos Cido não atua no órgão de origem. Ele foi cedido para a Assembleia com o compromisso de atuar no gabinete do presidente da Assembleia, deputado José Riva. Agora, em novo remanejamento, foi transferido há menos de um mês para trabalhar na Prefeitura de Cuiabá como coordenador das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ele afirma que, quando estava na AL ficava à disposição de Riva.